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Algodão no Cerrado e trigo no Sul devem ter resultados positivos na safra 2018/19

Em Mato Grosso e na Bahia, dois maiores produtores brasileiros da fibra, a produtividade da 1ª safra 2017/18


As margens brutas que serão obtidas com o fechamento da 1ª e 2ª safras de algodão em Mato Grosso e na Bahia, junto ao trigo em Guarapuava (PR) e Passo Fundo/Carazinho (RS), devem ser positivas para os produtores desses estados e regiões. Em Mato Grosso e na Bahia, dois maiores produtores brasileiros da fibra, a produtividade da 1ª safra 2017/18 deve ser uma das maiores da história, assim como aconteceu na temporada anterior, que também teve boa produção e qualidade da fibra.

Quanto ao rendimento da 2ª safra em Mato Grosso, apesar de não apresentar os mesmos patamares da temporada anterior em função do clima mais seco no segundo trimestre de 2018, ainda deve ter boa representatividade. Vale lembrar que os resultados ainda não estão totalmente finalizados, uma vez que, devido ao aumento de área nos estados e ao alto volume de algodão para ser beneficiado, ainda existe  muito produto a ser processado, não gerando números finais exatos, mesmo com a colheita finalizada.

Neste contexto, em Mato Grosso, o Custo Operacional Efetivo (COE) do algodão 1ª safra (média ponderada da produção estadual por região e tecnologias de sementes utilizadas) foi de R$ 6.615,58/hectare, com a compra dos insumos entre julho/17 e junho/18. Assim, considerando-se uma produtividade estimada de 120 @ de pluma/ha e o preço de venda de R$ 102,42/@ de pluma (preços médios ponderados entre julho e setembro de 2018), a Receita Bruta (RB) deve somar R$ 12.290,92/ha, com Margem Bruta (MB) de R$ 5.675,33/ha, ou 85% sobre o COE.

Contudo, esses são resultados em termos de custos operacionais, que levam em conta apenas o que realmente foi gasto para produzir, não considerando as depreciações e a remuneração do capital imobilizado dos bens da propriedade e da terra. Ainda em Mato Grosso, para o algodão 2ª safra, o COE somou R$ 5.651,38/ha. Com a produtividade de 110 @ de pluma/ha e preço de comercialização de R$ 102,42/@ de pluma, a MB deve ser similar à da 1ª safra, R$ 5.615,29/ ha, o equivalente a 99% de retorno sobre o COE.

Assim, para os produtores que negociaram a pluma no período desta análise, os resultados financeiros devem ser bastante expressivos ao final da temporada 2017/18 em Mato Grosso. Na Bahia, o COE do algodão 1ª safra deve ser superior ao de Mato Grosso; contudo, a MB ainda é bastante expressiva. Assim, o COE, de R$ 7.555,11/ ha, deve ser inferior à RB, de R$ 13.544,65/ha (calculada pela produtividade esperada de 131,2 @ de pluma/ha e preço de R$ 103,2/@ pluma entre julho/18 e setembro/18). Dessa forma, a MB deve ser de R$ 5.989,54/ha, ou 79% de margem sobre o COE.

Para o trigo no Sul do País, os resultados também devem ser positivos na temporada 2017/18. Levando-se em conta na análise dos custos e receitas a compra dos insumos entre abril e junho de 2018 e a venda do cereal em setembro/18 (último mês mais próximo da colheita no Sul do Brasil), o COE deve ser saldado. Este resultado é bastante expressivo, tendo em vista a dificuldade, na maioria das safras, para pagar os custos de produção da cultura.

Em Guarapuava (PR), o COE somou R$ 2.521,65/ha, 485,90 reais/ha a menos que a RB, de R$ 3.007,55/ha. O resultado positivo em termos de custo operacional da região é favorecido tanto pela boa produtividade, estimada em 65 sc/ha, quanto pela melhora nas cotações do trigo ao longo de 2018, que fechou na média de setembro/18 em R$ 46,27/sc.

Em Passo Fundo (RS), o COE calculado para o período foi de R$ 1.980,78/ha. Considerando-se o preço médio da saca de 60 quilos de trigo, de R$ 42,37 em setembro/18, e produtividade de 55 sc/ha, a RB, de R$ 2.330,35/ ha, deve proporcionar MB de R$ 349,57/ha, o equivalente a 18% de retorno sobre o COE.

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