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Alta de 26,8% até abril no MT

Bom momento das exportações se dá graças ao tripé mercadológico


Balanço do primeiro quadrimestre do ano revela, outra vez, a ascensão das vendas calcada em preço, dólar e na demanda

Bom momento das exportações se dá graças ao tripé mercadológico


O balanço das exportações mato-grossenses neste primeiro quadrimestre do ano mostra crescimento na receita das vendas de 26,84% em relação ao observado em igual período do ano passado. De janeiro a abril, os embarques somaram US$ 3,93 bilhões, ante um saldo anterior de US$ 3,09 bilhões. O tripé formado pela valorização das commodities – especialmente as do complexo soja -, da apreciação do dólar frente ao real e da forte demanda mundial, explicam o ritmo inédito cravado no comércio internacional estadual em 2012.


O valor acumulado nos últimos quatro meses, novamente um recorde para o período, mostra que Mato Grosso manteve faturamento médio mensal, em 2012, de cerca de US$ 1 bilhão, ante aproximadamente US$ 774 milhões/mês no ano passado.

Com quase US$ 4 bilhões acumulados neste quadrimestre, Mato Grosso segue na oitava colocação entre os maiores exportadores brasileiros, ranking liderado pelo estado de São Paulo, cuja receita acumulada é de US$ 16,73 bilhões. “É importante registrar que Mato Grosso supera os estados de Santa Catarina e Bahia, que possuem economias bem mais estruturadas, o que evidencia nossa importância como gerador de divisas para o país”, observa o economista e proprietário da PR Consultoria, Carlos Vitor Timo Ribeiro.

A balança comercial mato-grossense no quadrimestre também traz resultado positivo, fruto do incremento das exportações, em 26,8%, e da queda das importações em 5,3%, que no período comparado passaram de US$ 450,22 milhões em 2011 para US$ 426,37 milhões em 2012. A balança comercial – exportações menos as importações - registrou superávit de US$ 3,5 bilhões, valor 32% maior do que o saldo de US$ 2,65 bilhões do mesmo período do ano passado, “cravando mais um recorde histórico”, frisa Timo Ribeiro. Ainda como acrescenta o economista, o Estado acumula mais um resultado extremamente importante dentro do comércio internacional do país, ao figurar como o quarto maior superávit do quadrimestre, US$ 3,50 bilhões, atrás apenas de Minas Gerais (US$ 6,65 bilhões), Rio de Janeiro (US$ 4,98 bilhões) e do Pará (US$ 3,85 bilhões).

A PAUTA - Timo Ribeiro chama à atenção para distribuição da pauta estadual de produtos. “Mais uma vez, houve forte concentração em nossa pauta exportadora, com expressivo crescimento da participação dos produtos do complexo soja com aumento em 10 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado. Tal posição deve ser revertida ao longo do ano, com maiores embarques de milho, algodão e carnes, principalmente”. De janeiro a abril deste ano, como explica, dos US$ 3,93 bilhões faturados pelo Estado com as exportações, US$ 3,03 vieram das vendas do complexo, o que representa 77,1% do total estadual. No ano passado a participação era de 67,7%, de um total de negócios em US$ 2,09 bilhões.

Destaque na pauta estadual até abril é a inversão dos negócios. Em abril do ano passado, por exemplo, o milho já era o segundo produto de maior peso na pauta estadual, superando o complexo carnes. Como a safra do cereal no ano passado foi menor do que o esperado, quase não havia estoques para se negociar neste ano e por isso o milho cedeu lugar às carnes. O cereal exibiu receita de US$ 461,63 milhões no primeiro quadrimestre do ano passado e em 2012 caiu para US$ 172,76 milhões. Com negócios 62% menores, a participação do milho no total exportado pelo Estado passou de 14,9% para 4,4%.


Como destaca Timo Ribeiro, as exportações do complexo soja totalizam aumento de 44% em valor, especialmente por conta do forte aumento dos embarques físicos principalmente de óleo, soja em grão e farelo, com 132,6%, 44,6% e 42,4% respectivamente. “Esses resultados foram nitidamente influenciados pela demanda internacional e pelo câmbio favorável pela desvalorização do real de 17% no período analisado, o que é muito positivo para nossa vendas”, aponta o economista.

As exportações do complexo carne registraram pequeno aumento de 1,6%, com faturamento de US$ 399,74 milhões ante US$ 393,43 milhões. A carne frango mesmo com o pequeno aumento físico de 2,4% atingiu 64,7 mil toneladas, volume maior do que os embarques de carne bovina de 52,18 mil toneladas, mantendo a tendência iniciada no primeiro trimestre do ano passado. O faturamento com o produto cresceu 13,8% dado o aumento de 11,1% no preço. As outras carnes, especialmente a suína continuam retraídas em função da manutenção do embargo russo.

“O crescimento acelerado dos embarques estaduais de carne de frango mostra a avicultura se consolidando como uma nova e dinâmica cadeia produtiva estadual, oportunizando a agregação de valor via conversão de proteína vegetal em proteína animal. Embora ainda sentindo fortemente o embargo russo, o desempenho registrado pelo segmento frigorífico, pelo que representa para a agregação de valor e geração de emprego e renda, é um feito da mais alta relevância, consolidando Mato Grosso como player mundial na produção de alimentos”, defende Timo Ribeiro.

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