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Alta incidência da cigarrinha-do-milho coloca produtores em alerta em SC e RS

Praga pode ocasionar perdas de até 90% nos milharais


Foto: Nadia Borges

Os produtores de milho em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul estão atentos a alta incidência de cigarrinha-do-milho na safra 2020/2021. A presença da praga pode impactar diretamente na produtividade das lavouras resultando em perdas de até 90%, especialmente em áreas cultivadas com híbridos suscetíveis a tais doenças.

Para o entomologista e pesquisador do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar da Epagri (Epagri/Cepaf), Leandro do Prado Ribeiro, a principal preocupação, neste momento, é com a transmissão de microrganismos causadores do enfezamento (enfezamento-pálido, enfezamento-vermelho e virose-da-risca), uma vez que esse inseto atua como vetor desses agentes fitopatogênicos para o milho.

O pesquisador explica que baixas populações da cigarrinha-do-milho sempre estiveram presentes nos milharais das principais regiões de cultivo de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, especialmente na segunda safra (“safrinha”), e que os danos diretos decorrentes da sucção de seiva são significativos apenas em altas infestações. Os milharais atacados pelo complexo de enfezamentos apresentam como sintomas a redução do porte das plantas e da área foliar, o multiespigamento, a redução da altura de inserção da espiga e a má formação de espigas e grãos, o que afeta diretamente o rendimento das lavouras. 

Além disso, aumenta consideravelmente o quebramento de colmo e o tombamento de plantas, assim como a incidência de outros patógenos oportunistas causadores de podridão do colmo e da espiga. “A severidade desses sintomas é influenciada pela suscetibilidade do híbrido, época de infecção das plantas e temperatura do ambiente”, alerta Ribeiro. 

Segundo o pesquisador, apenas o controle químico do inseto-vetor na pós-emergência da cultura não tem sido suficiente para a redução dos danos ocasionados pelas doenças transmitidas pela cigarrinha-do-milho. Ele diz que é necessário adotar outras estratégias de manejo de forma integrada, entre elas a eliminação de plantas espontâneas de milho no período de entressafra (“milho tiguera”), além de evitar cultivos adjacentes ou em áreas próximas de lavouras com a incidência do complexo de enfezamentos.

Ribeiro recomenda, inicialmente, associar o manejo de cigarrinha-do-milho com aplicações direcionadas para o manejo de percevejos, com duas aplicações sequenciais de inseticidas registrados com intervalos de 5 a 7 dias, iniciando na fase de “milho palito”.
 

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