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Alta incidência da cigarrinha-do-milho impacta safra

Inseto causa os enfezamentos na planta, impactando a produção 


Foto: Círio Parizotto

Santa Catarina está entre os dez maiores produtores de milho do país e na safra 20/21 vem sofrendo com o ataque da cigarrinha-do-milho, inseto que causa os enfezamentos na planta, impactando a produção. 

Para tentar conter o problema técnicos da Epagri desenvolveram uma série de recomendações ao produtor. Entre elas estão manejos como a escolha de híbridos tolerantes aos enfezamentos, uso de sementes tratadas com inseticidas e redução da janela de semeadura.

A doença deixa as folhas do milho avermelhadas e amarelecidas, causa encurtamento de entrenós com redução do porte das plantas, multiespigamento e a má formação de espigas e grãos. "Além disso, materiais que são altamente suscetíveis, em áreas de alta pressão de inóculo das bactérias dos enfezamentos, podem se tornar enfraquecidos e predispostos a incidência de outros patógenos oportunistas que podem provocar podridões  do colmo e da espiga”, alerta a pesquisadora do Centro do Centro de Pesquisa para a Agricultura Familiar da Epagri em Chapecó (Cepaf), Maria Cristina Canale.

A cigarrinha prefere os estádios iniciais da cultura do milho e por conferir uma capacidade de migração muito alta, ela abandona cultivos em fase final para colonizar novos plantios. “Se a população de cigarrinhas migrantes apresenta indivíduos infectivos, ou seja, portando os patógenos dos enfezamentos, ela pode se dispersar causando um surto na lavoura ou na região geográfica”, diz a pesquisadora.

O manejo deve ser feito de forma integrada e regionalizada, envolvendo instituições de pesquisa, assistência técnica, cooperativas, entidades representativas do setor e produtores de milho.

Entre as principais orientações a pesquisadora lista algumas:

- Eliminação das plantas tigueras ou milhos voluntários durante a entressafra para que não funcionem como reservatório tanto para os patógenos quanto para a cigarrinha-do-milho.

- Sincronização da semeadura, evitando semear do lado de lavouras com plantas em adiantado estágio de desenvolvimento, principalmente se elas estiverem com muitas plantas com sintomas de enfezamentos, uma vez que as cigarrinhas tendem a migrar do milho mais velho para o novo cultivo. Também se deve sincronizar a semeadura dentro de uma janela em cada região para diluir a população do inseto.

- Híbridos tolerantes podem ser adotados além da utilização de sementes tratadas com inseticidas sistêmicos (neonicotinoides).

- Monitoramento do inseto-vetor para reduzir a população dos insetos e os consequentes danos ocasionados pelos enfezamentos. O uso de sementes tratadas também visam a manutenção da população inicial de cigarrinhas em baixos níveis.

- Produtores devem ficar atentos para evitar perdas na colheita e no transporte, diminuindo a possibilidade de plantas voluntárias a partir de sementes perdidas.

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