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Alta no dólar é esperança do agronegócio argentino

Os que menos devem sentir a diferença no valor dos pesos são os grandes produtores


A alta no dólar fez o peso argentino desvalorizar 12% apenas nesse mês, o que chega a 23% no acumulado do ano, mas se tornou uma possível saída para os produtores de milho e soja reduzirem as perdas que tiveram com a seca. Isso porque o dólar elevado pode garantir uma receita em pesos mais alta com a exportação dos produtos, o que compensaria uma parte dos prejuízos. 

Dados divulgado pela Fundação Agropecuária para o Desenvolvimento da Argentina (Fada), a Argentina ainda tem 52% da produção total para vender e 10% da safra passada, o que deverá resultar US$ 2,6 bilhões para o país. David Miazzo, economista da Fada, afirma que aqueles que menos devem sentir a diferença no valor dos pesos são os grandes produtores. Houve também quem perdeu absolutamente toda a produção na seca. Para esses, não tem preço em dólar que compense", comenta. 

A seca que assolou a Argentina entre novembro e março foi considerada uma das piores dos últimos 70 anos o que fez a safra de soja reduzir 30% e a de milho diminuir 18% se forem comparadas à projeção inicial para a temporada. A consultoria Ecolatina estima que o impacto da falta de chuvas foi tamanho que o Produto Interno Bruto (PIB) do país deixará de crescer 0,8%, com uma pequena projeção de crescimento de menos de 2% no ano. 

De acordo com o economista da Ecolatina, Martín Ravazzani, as regiões que devem ser as mais beneficiadas com a desvalorização do peso e a rentabilidade dos produtores serão mais sentidas em províncias litorâneas como a de Buenos Aires e Córdoba, já que aqueles que estão em zonas mais distantes dos portos gastam mais em dólares pois precisam transportar a mercadoria por rodovias. "Esses sofrem uma pressão maior em dólares. Precisam de combustível para fazer chegar a produção", conclui. 

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