Alta no trigo: Oportunidades e riscos
A análise técnica destaca que os fundos continuam vendedores
As recomendações da TF Agroeconômica indicam que, embora o mercado de trigo tenha passado por oportunidades recentes de compra a preços atrativos, ainda há espaço para ganhos, considerando as projeções de alta no segundo semestre de 2024. Segundo o relatório semanal, os problemas de abastecimento na União Europeia, com redução tanto na produção quanto na qualidade do trigo, além da diminuição das exportações, são fatores que devem sustentar a alta nos preços. A estimativa da Comissão Europeia para a colheita de trigo brando caiu para 116,10 milhões de toneladas, o menor volume em quatro anos, o que afeta diretamente o mercado global.
Além disso, a Rússia, um dos maiores exportadores mundiais, também enfrenta uma revisão para baixo na sua produção. A empresa SovEcon reduziu a estimativa para 82,50 milhões de toneladas, refletindo rendimentos abaixo do esperado em regiões centrais e no Vale do Volga. Esses fatores, aliados à expectativa de menores exportações, reforçam a tendência de alta nos preços globais.
No Brasil, o impacto das geadas nos estados do Sul pode reduzir ainda mais a oferta interna, já pressionando os preços. Ofertas dos vendedores domésticos, ainda que raras, registraram aumento de R$ 50 por tonelada na última semana, conforme os efeitos climáticos se tornam mais evidentes. Por outro lado, há fatores de baixa, como o aumento das exportações ucranianas, que subiram 91% no ciclo 2024/2025, e a valorização do dólar, que reduz a competitividade das exportações americanas.
A análise técnica destaca que os fundos continuam vendedores, embora em menor quantidade, indicando uma postura cautelosa do mercado. Para os moinhos, esta pode ser uma oportunidade de fixar preços baixos da matéria-prima, enquanto cooperativas e cerealistas podem aproveitar para melhorar seus lucros. Portanto, ainda há chances de ganhos significativos para quem atua no mercado de trigo, seja no Brasil ou no exterior.