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Alta produtividade é reflexo de organização e planejamento do agricultor americano

Brasileiros apostam no planejamento para altas produtividades


Durante cinco dias produtores rurais, empresários e integrantes do agronegócio brasileiro estiveram nos Estados Unidos para ter conhecimento da agricultura americana. A organização e o planejamento americano surpreenderam os brasileiros, que além de um espirito empreendedor de grandes empresas a céu aberto, administradas por produtores rurais que conseguem alcançar altas produtividades – afirmando ainda mais a competitividade americana na agricultura. 

Passando pelos estados de Iowa e Illinois é percebível que o milho e a soja são as culturas mais comuns dos Estados Unidos e que geram as maiores vendas de exportação agrícola. A acessibilidade e a variedade do suprimento de alimentos nos EUA refletem a produtividade e a diversidade de todo o setor agrícola, que hoje é líder na produção de grãos. O setor agropecuário norte-americano se destaca em virtude da intensa mecanização aliada aos fatores naturais, como extensão territorial e condição climática. 

Com o desenvolvimento cada vez mais acelerado e a busca por inovação no campo, profissionais do agronegócio buscam novos desafios para o futuro da agrícola no Brasil. Durante os dias 25 a 31 de agosto, mais de 100 integrantes do agronegócio vivenciaram esta experiência – uma viagem de conhecimento amplia horizontes e traz ainda a possibilidade de expandir os negócios já gerenciados no Brasil, com novas ideias e modelos de negócios a serem praticados. 

O roteiro #myfarmexperience foi rico na apresentação de tudo que há de mais produtivo nos Estados Unidos. A primeira visita foi a uma associação de agricultores e produtores rurais sem fins lucrativos que tem como objetivo incentivar, promover e fomentar a agricultura e os interesses sociais e econômicos das pessoas envolvidas na produção de produtos agrícolas. A organização foi fundada no início dos anos 1900 pela necessidade e desejo dos agricultores a melhorar o cultivo da terra e fertilidade do solo e por consequência aumentar a produção agrícola. Hoje possui um total de 6200 associados. De acordo com o executivo da organização, é importante que a sociedade tenha conhecimento da agricultura e do seu protagonismo. 

Já no Condado de Dekalb, o grupo conheceu uma fazenda com 1200 hectares com plantio rotacionado de milho e soja. O proprietário da fazenda, ainda tem um confinamento com capacidade de 1200 cabeças de gado, além disso acredita que a tecnologia é um fator importante para alcançar altas produtividades, que já chegou ao recorde de colher 250 bushel/acres. Jones faz parte da 4° geração a produzir na mesma propriedade. 

Em Dekalb fica localizada a Walter Farm, uma fazenda de grãos de segunda e terceira geração localizada no norte de Illinois. A fazenda, administrada pelo pai e filho já estão em produção continua há mais de 75 anos. A propriedade com 1200 hectares, planta na primavera e sua colheita é finalizada no final de setembro. Os grãos são colhidos e armazenados na propriedade até que as vendas sejam feitas ao longo do ano - para produção de etanol e exportados para a alimentação animal. A fazenda é a única que produz o grão e faz a destilação do whisky, que hoje representa 5% da produção de milho da fazenda. Quanto à produção de milho, a colheita já está próxima e a expectativa é de colher 200 a 214 bushel/acre, em função da seca nas últimas duas semanas, os números se afastaram do último recorde: 240 bushel/acre na safra de 2017.

Assim como as áreas visitadas, participantes do #myfarmexperience também seguem a linha de sucessão familiar. O pai e filho, Sr. Antônio Celso Camolese e Lucas Dantas Camolese, fazem parte da terceira geração da família no agronegócio. Anteriormente, seu avô, Nelson Lourenço Camolese foi fundador de Usina de Cana de Açúcar no município de Espirito Santo do Turvo-SP, junto com outra unidade em Paraguaçu Paulista-SP com gestão familiar. Após a venda das unidades, não saíram do ramo, mantendo propriedades produtivas nos estados de São Paulo e no Mato Grosso, em Sinop-MT, com extração de madeira e atividades agrícolas. No município de Agudos-SP, o Sr. Antonio atuava no ramo de leite/laticínio na Fazenda Globo (Suinã) totalizando produção diária de 30 mil litros de leite na época, encerrando as atividades em meados de 2000. Hoje, Lucas junto ao seu pai administra a Fazenda Canaã, localizada no município de Piraju-SP focados principalmente na produção de soja e milho e mantém também as atividades no município de Sinop-MT. 

De acordo com Sr. Antônio e Lucas, realizar a viagem com a CAEP Viagens Técnicas e de Incentivo ao agronegócio foi além das expectativas. “Tivemos um panorama histórico da agricultura norte-americana e a forma de como eles escoam com os produtos internamente até o ponto final de destino para a exportação, mostrando que estão muito a frente quando comparado com a logística no Brasil, além de mostrarem um forte cooperativismo entre os produtores da classe rural”, relata Lucas Camolese. 

Camolese ainda ressalta que a lição de casa para a Fazenda Canaã é a implementação do modo de gestão dos norte-americanos, sabemos que se implantarmos teremos resultados iguais e ou melhores, no Brasil quando se trata de clima estamos em vantagem, porém pecamos em logística e qualidade de mão de obra. Sabemos que, se depender de nós, agricultores, aplicaremos as medidas, e seguirmos lutando para que o governo brasileiro dê atenção ao nosso setor. 

Em Grand Mound, Iowa, mais um exemplo de organização e autossuficiência. Essa fazenda que está na sexta geração sucessão e gestão familiar tem uma visão empreendedora e tecnológica: utilizam 100% energia renovável, sua produção atual gira em torno de 3.000 hectares e todo maquinário próprio é dimensionado para atender até quatro mil hectares. A produção de semente é uma das principais atividades realizadas na propriedade, além disso, todo milho produzido é destinado para produção de etanol e o subproduto utilizado para ração animal. A produtividade da fazenda tem aumentado gradativamente expectativa de 15 toneladas por hectares nesse ano. Em torno de 250 sacas por hectare.

A tecnologia é muito presente – desde a chegada à primeira propriedade até a última visita, grande parte dos maquinários agrícolas utilizados pelos norte-americanos contém o sistema de esteiras – track system - com a proposta de melhorar o desempenho do trator em relação à capacidade de tração, flutuação e causar menor compactação. A utilização das esteiras, além de dar maior estabilidade ao equipamento, oferece maior segurança para o operador, pois são articuladas. Não proporcionam compactação ao solo, não patinam e operam em terrenos molhados e irregulares. Mais um fator que causa diferença, no Brasil, o custo dos equipamentos ainda são muito elevados para aquisição. 

O produtor de Santa Cruz do Rio Pardo, em São Paulo, Saulo Moisés Franciscon, avalia a viagem como uma boa oportunidade de conhecer outros agricultores de outras regiões do Brasil. “Ter a possibilidade de conhecer agricultores de fazendas Americanas é muito enriquecedor. Conhecemos do preparo da terra à colheita”, declara. 

O diretor geral da CAEP Viagens Técnicas e de Incentivo ao agronegócio, Flavio Salvadego, acompanhou o grupo durante toda a viagem. “Nossos roteiros são feitos com muita atenção e adaptadas aos brasileiros, portanto é possível realizar uma viagem tranquila e proveitosa para qualquer fase da vida do produtor rural. Cuidamos desde o processo de tradução simultânea, até a adequação dos cardápios para o paladar brasileiro. O produtor rural é muito dinâmico e mesmo os produtores tradicionais estão cada vez mais abertos a novidades. Conseguimos tirar as dúvidas e romper o medo desses profissionais de fazer uma viagem e, consequentemente, de se adaptar às novas tecnologias”, completa Salvadego. 

E ao final do roteiro técnico, foi realizada a visita à Farm Progress Show é uma das grandes atrações do verão Norte Americano. A Farm é a maior feira agropecuária dos Estados Unidos -  São 03 dias de evento, e neste este ano mais de 125 mil pessoas passaram pelo evento, no estado de Iowa. Além do público, os 600 expositores também receberam delegações de pelo menos 40 países. 

Já o primeiro dia da Farm Progress Show um alerta climática cancelou o evento ao meio dia (horário local), devido a um temporal que estava se aproximando. Milhares de visitantes precisaram evacuar o parque de exposições, Conforme a organização do evento sugeriu que todas as pessoas deixasem o local. A Feira ocorreu normalmente nos dias 29 e 30 de agosto.

A Farm é um momento de reunir produtores rurais e suas famílias, amigos e parentes de todos os estados produtores de grãos, gerar oportunidades de negócios com empresas e expositores de outros países, onde o Brasil tem se destacado.

Visita ao John Deere World & Headquartes em Moline, IL. A sede mundial da John Deere é um complexo de quatro edifícios localizados em uma área de 1.400 acres (5,7 km²) de terreno em One John Deere Place, em Moline, Illinois, Estados Unidos. O complexo serve como sede corporativa da John Deere.

Farm Progress Show 2018: Primeiro dia do maior evento a céu aberto do agronegócio mundial. A primeira edição aconteceu em 1953 e desde então tem reunido milhares de visitante de todo o mundo para troca de informações e atualização em tecnologia. Anualmente o local da feira intercala entre os estados de Illinois e Iowa, a última edição na cidade de Boone foi há 10 anos. São 600 expositores em cerca 85 acres de feira (equivalente a 34 hectares) além de 300 acres (122 ha) para demonstração e áreas de teste drive.


Grupo FortGreen: Com a proposta e intuito de aprendizagem a empresa formou um grupo de 50 pessoas, através da Caep Viagens Tecnicas e de Incentivo ao Agronegócio, para o My Farm Experience.

Marcelo Auache, engenheiro agrônomo do Paraná, ressalta que a vinda aos EUA é importante para entender o agronegócio norte-americano, saber a origem dos produtos e também poder diferenciar o que deve ser aplicado na empresa. 

Mais:
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou nesta segunda-feira (10.09), o resultado da inspeção dos embarques de grãos do país na semana encerrada na última quinta-feira, dia 6 de setembro. No período, os volumes de soja e trigo aumentaram já os embarques de milho diminuíram.

O volume inspecionado de milho foi de 763.475 toneladas, queda de 43% na comparação com a semana anterior. Os embarques da soja aumentaram 19,2%, para 924.839 toneladas, já o volume de trigo nos portos norte-americanos avançou 4,85%, para 429.081 toneladas.

O relatório mostra os volumes de grãos inspecionados para exportação no acumulado do ano-safra iniciado no dia 1º de junho de 2018 para o trigo e em 1º de setembro de 2017 para o milho e a soja.  Atualmente a agricultura americana é líder em produção de grãos. O setor agropecuário norte-americano se destaca em virtude da intensa mecanização aliada aos fatores naturais, como extensão territorial e condição climática. Esses fatores permitem que o país seja um dos maiores exportadores de produtos agrícolas.

Saiba mais sobre a experiência dos integrantes da viagem:

https://www.facebook.com/agrolink/videos/254794145241429/

Quer saber mais informações sobre as viagens técnicas da CAEP? Acesse: 

http://www.caep.com.br/viagemtecnica/viagens.html

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