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América Latina entra no radar das cigarreiras

Lei permite a exportação de cigarros em embalagens com mais ou menos de 20 unidades


A cadeia produtiva do tabaco comemorou uma grande conquista em maio, quando o presidente Michel Temer (MDB) sancionou uma lei que permite a exportação de cigarros em embalagens com mais ou menos de 20 unidades. A normativa, publicada no Diário Oficial da União, atende a uma reivindicação histórica do setor. Quase dois meses após o anúncio, as cigarreiras ainda não começaram a fabricar esse tipo de maço, mas já vislumbram novas possibilidades de mercado e mapeiam as oportunidades.

Segundo o diretor de Operações da Philip Morris Brasil, Alejandro Okroglic, por se tratar de uma alteração recente, a fábrica ainda não deu início à produção desse tipo de maço. “Porém, nosso objetivo é iniciar essa produção muito em breve e, graças a essa nova lei, estamos finalizando contratos para fornecimento exclusivo de nossos produtos para Paraguai, Uruguai, Bolívia e Chile”, conta. A projeção da cigarreira é de um impacto muito positivo para os negócios e para a região.

“Durante os últimos anos a nossa fábrica vinha se capacitando e recebeu várias premiações internacionais por excelência. Isso fez com que a unidade de Santa Cruz do Sul esteja apta a produzir visando exportações”, destaca Okroglic. “Existe um grande potencial de mercado para fornecimento na América Latina, onde essa nova lei permitiu que nos tornássemos fornecedores exclusivos”, completa. Hoje, a PMB é capaz de exportar desde o tabaco in natura até o cigarro pronto.

Na fábrica da Japan Tobacco International (JTI), o diretor de assuntos corporativos e comunicação,  Flavio Goulart, destaca que ainda não há uma previsão de quando a marca vai começar as vendas no novo formato. No entanto, a empresa já estuda as novas oportunidades. “Alguns mercados onde operamos possuem permissão de comercialização. Nesse caso, agora estamos aptos a fornecer para estes mercados, desde que nossos custos sejam competitivos em relação a outras operações da empresa”, explica.

Para o diretor de operações da Souza Cruz, Cristiano Roth, a possibilidade de vender para países onde é permitida a venda de maços com quantidades diferentes de 20 unidades amplia o potencial exportador da indústria – que já lidera mundialmente a exportação de tabaco – e gera divisas não só para as empresas, mas também para o País, além do aumento da arrecadação e geração de empregos. “A Souza Cruz está acompanhando o tema e planeja iniciar exportações assim que possível, tendo os países da América Latina como prioridade.”

Entenda a conquista

No último mês de maio o presidente Michel Temer (MDB) sancionou uma lei que possibilita a exportação de cigarros em embalagens com mais ou menos de 20 unidades. Até então, estava em vigor um decreto-lei de 1977 que estabelecia que cigarros só podiam ser comercializados em carteiras com vintenas. Isso, porém, limitava a entrada do cigarro produzido no Brasil em alguns mercados, já que em mais de 60 países é permitida a venda de maços com menos unidades.

Desde o ano passado, a indústria vinha intensificando a pressão sobre o governo federal para que a regra fosse flexibilizada. Agora, a expectativa do setor agora é que novas portas se abram para a cadeia produtiva de tabaco brasileira no mercado internacional, em especial na América Latina. A alteração no Decreto-Lei n.º 1.593/77 só permite a fabricação dessas novas embalagens para a exportação do produto. Para o mercado interno, continua valendo a restrição de somente produzir maços com 20 cigarros.

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