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Análise dos cenários climáticos para a agricultura

Previsão de precipitações abaixo da média e distribuição mais irregular no centro-sul do Brasil


Previsão de precipitações abaixo da média e distribuição mais irregular no centro-sul do Brasil

O mês de novembro foi marcado por precipitações irregulares e um registro de totais mensais abaixo da média para todo o Centro-sul do Brasil. A avaliação é do meteorologista Luiz Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Ele ressalta, que muitas destas precipitações estão vindo acompanhadas de temporais, rajadas de ventos fortes e ocasionalmente com queda de granizo. A única exceção ocorreu no Centro-sul e Oeste do Rio Grande do Sul, onde os totais registrados ficaram abaixo do esperado para a época do ano, com distribuição das precipitações muito irregulares. “Esta regularidade na distribuição das chuvas vem contribuindo para manter condições hídricas no solo, as quais são favoráveis ao bom desenvolvimento das lavouras, na maior parte do Centro-sul do Brasil”, explica. Já na Região Centro-oeste, áreas produtoras de grãos do Nordeste e maior parte da Região Sudeste, onde o período chuvoso atrasou em quase um mês, segue com precipitações regulares e totais pluviométricos acima da média.

A exemplo dos últimos meses, as temperaturas continuaram apresentando grandes amplitudes, com os extremos se acentuando no Sul do Brasil, em conseqüência da entrada de massas de ar frio, ainda com forte intensidade. Na região central do Brasil, as temperaturas vem mantendo os padrões médios para a época do ano.

O atual fenômeno climático “La Nina” vem sendo classificado como um episódio de intensidade moderada a forte. As temperaturas das águas superficiais no Oceano Pacífico Equatorial, seguem abaixo da média, numa extensa área daquele Oceano, com anomalias de até 3°C abaixo do normal (Figura 01). Os modelos de previsão climática continuam mostrando a continuidade do La Nina, pelo menos, até meados de 2011 (Figura 02).


Segundo o meteorologista, a previsão para os próximos meses no centro-sul do Brasil, principalmente em dezembro, é de precipitações abaixo da média, porém, com uma distribuição mais irregular, intercalando períodos de muita chuva com períodos maiores de pouca ou nenhuma precipitação. Segundo o especialista, as temperaturas continuam apresentando mudanças bruscas em função da entrada de massas de ar frio, que ainda devem ocasionar grandes variações, acentuando os extremos. Nas demais regiões, as temperaturas devem voltar aos padrões normais para a época do ano.

Para a região Centro-oeste, áreas agrícolas do Nordeste e maior parte da região Sudeste, as chuvas que voltaram ao normal no decorrer de novembro, devem continuar com o mesmo padrão, ou seja, chuvas bem distribuídas, abundantes e acima da média.

Para os agricultores gaúchos, o tempo firme nas últimas semanas de novembro, favoreceu a colheita do trigo, chegando praticamente a sua totalidade com boa produtividade e qualidade do grão. Contudo, as chuvas, apesar de irregulares, mantiveram umidade favorável ao plantio e ao desenvolvimento inicial da cultura da soja, principalmente no norte e noroeste do Rio Grande do Sul, com exceção para as regiões do centro e sul do estado.

No Centro-oeste, após as interrupções no plantio, causadas pela ausência de chuvas no mês de outubro, o ritmo da semeadura da soja acelerou em novembro com a regularidade nas precipitações, chegando a sua totalidade em quase todas suas regiões.

Já no cenário agrícola paranaense, o mês de novembro foi marcado por irregularidades nas precipitações e temperaturas, com chuvas abaixo do padrão médio histórico do estado. Contudo, as chuvas não comprometeram as lavouras implantadas, que se apresentam no geral em boas condições de campo. “Espera-se repetição de cenários de irregularidade para dezembro, porém, novamente sem uma condição extrema de falta das chuvas”, observa o coordenador da área de grãos da Emater do Paraná, Nelson Harger. O que, segundo ele, está sendo uma boa notícia. São esperadas maiores irregularidades para as regiões oeste e sudoeste em divisa com Santa Catarina. Isso, em razão do fenômeno “La nina” estar atuando com maior intensidade ao Sul, na Argentina e Rio Grande do Sul.

Frente às previsões para o final do ano, o especialista chama a atenção para a importância da assistência técnica no acompanhamento dos cenários de precipitação e temperatura para dezembro, em relação ao manejo adequado de doenças na cultura da soja (ferrugem asiática). Harger ressalta que as condições climáticas no aparecimento dos primeiros sintomas a campo poderão ser diferentes conforme a região no Estado. Por exemplo: regiões mais ao norte do Paraná, próximas da divisa com São Paulo, poderão ter chuvas melhor distribuídas, mais favoráveis à infecção de doenças foliares.

Acompanhe a previsão do tempo para todo Brasil no Agrotempo, do Portal Agrolink.

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