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Cotações da soja em Chicago melhoraram na última semana

Baixa forte na quinta-feira


As cotações da soja em Chicago melhoraram em boa parte desta semana, chegando a bater em US$ 9,76/bushel no dia 16/05. Entretanto, na quinta-feira (18) o mercado despencou mais de 30 pontos, diante da instabilidade política nos EUA e no Brasil, com a possibilidade concreta de renúncia do presidente Temer. O fechamento do dia 18/05 (o primeiro mês cotado passou a ser julho) ficou em US$ 9,44/bushel, se constituindo no mais baixo desde a segunda semana de abril. 

A melhoria nas cotações encontrou razões de curto prazo, porém, não apresentaram sustentabilidade, especialmente em caso de safra normal nos EUA. Em primeiro lugar, o aumento nos preços do petróleo e o recuo do dólar diante das principais moedas do mundo puxaram os preços. Em segundo lugar, a forte especulação climática continuou em relação à nova safra dos EUA. 

Todavia, neste último caso há muitas contradições, como sempre. Em algumas regiões o clima já está normalizado enquanto em outras as chuvas continuam mais intensas. Pelo sim ou pelo não, o fato é que o plantio de milho evoluiu bem nesta última semana, indicando que provavelmente não haverá novas áreas do cereal que passariam para a soja. Com isso, não haveria novos aumentos de área a ser semeada com a oleaginosa.

Neste sentido, até o dia 14/05 o plantio de soja nos EUA já atingia a 32%, ficando exatamente dentro da média histórica e recuperando o atraso das últimas semanas. Com isso, o fator clima, neste momento, na prática não estaria sendo prejudicial às lavouras estadunidenses. Entretanto, esta questão continuará presente no mercado até setembro próximo, quando se inicia a colheita de verão naquele país.

Os fatores altistas acabaram superando a influência negativa das fracas exportações estadunidenses de soja durante parte da semana, porém, a “bomba” política brasileira do dia 17/05 alterou o mercado a partir da quinta-feira (18). 

Dito isso, as exportações líquidas, para o ano 2016/17, ficaram em 381.400 toneladas na semana encerrada em 4 de maio. Tal volume ficou 57% abaixo do registrado na semana anterior. Por sua vez, as inspeções de exportação de soja somaram 281.465 toneladas na semana encerrada em 11/05, acumulando no atual ano comercial um total de 50,1 milhões de toneladas, contra 43,3 milhões no mesmo período do ano anterior.

Ao mesmo tempo, igualmente a moagem de soja nos EUA, no mês de abril, recuou. O volume triturado chegou a 3,78 milhões de toneladas, contra 4,17 milhões em março e 4 milhões de toneladas esperadas pelo mercado.

Na Argentina, por sua vez, a colheita chegou a 67% da área no início desta semana e a produção final continua estimada em 56,5 milhões de toneladas pelo governo argentino, enquanto o USDA indica 57 milhões.

No Brasil, boa parte da semana foi de negócios paralisados em função de nova valorização do Real. A moeda nacional chegou a bater em R$ 3,09 em alguns momentos, voltando à casa dos R$ 3,13 posteriormente. Todavia, o estouro do escândalo envolvendo o atual presidente da República, ligado a Operação Lava Jato, levou o câmbio a se aproximar rapidamente de R$ 3,50 na quinta-feira à tarde, fato que tende a estimular negócios por parte dos produtores e exportadores brasileiros. Assim, como se alertava, estamos diante de um momento político (mais um) de forte impacto cambial imediato no país e que deve continuar nos próximos dias, devendo valorizar as exportações de soja. A duração deste movimento dependerá dos desdobramentos políticos a respeito da nova situação nacional nesta área.

Neste contexto, a média gaúcha no balcão, antes da crise política, fechou a semana com valores um pouco mais baixos, a R$ 58,40/saco, enquanto os lotes giraram entre R$ 63,50 e R$ 64,00/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes oscilaram entre R$ R$ 50,50/saco em Sorriso (MT) e R$ 64,50/saco em Pato Branco (PR) e Abelardo Luz (SC), passando por R$ 59,50 a R$ 61,00/saco no Tocantins e no Piauí.

Enfim, Safras & Mercado, em novo boletim se safra, revisou para cima a última colheita brasileira de soja, apontando um volume final de 113,4 milhões de toneladas, com aumento de 16,7% sobre o ano anterior, que havia registrado 97,2 milhões de toneladas. E cerca de 50% desta safra ainda não foi comercializada pelos produtores brasileiros.

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