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Chicago: cotações do trigo ficam estáveis

No Brasil, os preços se mantiveram baixos


As cotações do trigo em Chicago ficaram relativamente estáveis nesta semana, com o fechamento desta quinta-feira (18) registrando US$ 4,25/bushel para o primeiro mês cotado (julho), após US$ 4,26 uma semana antes.

O mercado oscilou bastante, pois as exportações estadunidenses de trigo apresentaram volumes muito baixos, atingindo o pior volume do ano comercial, porém, o corte na projeção das safras dos EUA e do mundo, para o novo ano 2017/18, indicado pelo relatório de oferta e demanda do dia 10/05, temperou o sentimento baixista.

Ajudou igualmente a fraqueza do dólar diante das principais moedas do mundo, o que tornou o trigo estadunidense, momentaneamente, mais competitivo.

Neste momento, o clima igualmente é um elemento central para o desenvolvimento das lavouras de trigo nos EUA. Por enquanto, o plantio avança bem junto às áreas destinadas ao trigo de primavera naquele país.

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação se manteve entre US$ 170,00 e US$ 190,00.

Já no Brasil, os preços se mantiveram baixos, com o saco do produto de qualidade superior, no balcão gaúcho, fechando a semana em R$ 28,92 na média. Os lotes, por sua vez, se mantiveram entre R$ 31,00 e R$ 32,00/saco no valor de referência. No Paraná, os lotes igualmente se mantiveram entre R$ 36,00 e R$ 38,00/saco, enquanto o balcão não sofreu modificações em relação à semana anterior. O mesmo ocorreu em Santa Catarina, onde o balcão se manteve em R$ 32,00/saco em média.

A novidade é que houve, nesta primeira quinzena de maio um movimento mais sustentado de comercialização do produto nacional, já que o ritmo de importação parece diminuir pela redução na oferta junto aos países vizinhos. Todavia, não se pode ignorar que a valorização do Real durante a semana colocou os preços, pelas paridades de importação, para o trigo proveniente do exterior, mais atrativos que os praticados atualmente no mercado interno. Entretanto, a crise política que estourou no dia 18/05 levou a uma grande desvalorização do Real a qual, se persistir nos próximos dias, deverá tornar o trigo importado muito caro, favorecendo uma alta do produto nacional.

Ao mesmo tempo, espera-se um retorno dos moinhos nacionais às compras, buscando repor estoques. Paralelamente, os produtores seguram ao máximo novas vendas esperando preços mais interessantes.

Por enquanto, em termos gerais, o mercado ficará na dependência das consequências que surgirão desta nova crise política brasileira. Isto e mais a possibilidade de uma redução de área semeada no país, associada com as indefinições climáticas que cercam naturalmente o trigo, podem mudar o rumo do mercado interno nas próximas semanas. De fato, a forte desvalorização do real no dia 18/05 devido à nova crise política brasileira pode elevar o preço do trigo nacional já que tira a competitividade do produto importado. Resta saber quanto tempo irá durar esse movimento em torno da crise política nacional, fato que dependerá de seus desdobramentos nos próximos dias.

Em termos de produção, Safras & Mercado aponta um recuo de 3% na área nacional de trigo, sendo que no Rio Grande do Sul a mesma ficaria igual a do ano passado, contrariando indicações dos produtores rurais, enquanto no Paraná haveria um recuo de 8%. A produção nacional em 2017 recuaria 3%, chegando a 6,5 milhões de toneladas, com o Rio Grande do Sul podendo colher 2,5 milhões (repetindo o quadro do ano passado). Este número gaúcho contraria as projeções da Emater que dão conta de uma redução de área em 6,5% e uma produção de 1,76 milhão de toneladas neste ano. Neste caso, a produção gaúcha seria 26,7% menor do que a realizada em 2016, quando o volume final teria chegado a 2,24 milhões de toneladas segundo a instituição oficial gaúcha. Para o Paraná, Safras & Mercado espera uma colheita de 3,15 milhões de toneladas neste ano, ou seja, 7% a menos do que a realizada no ano passado.

Enfim, enquanto a indústria gaúcha segue abastecida, pelo menos até junho, a comercialização da última safra de trigo já teria atingido a 85%, enquanto no Paraná a mesma chegava a 91% do total colhido. Por sua vez, o plantio de trigo no Paraná já atinge a 55% da área, sendo que 29% estariam em fase de germinação e, portanto, já suscetíveis a geadas. No Rio Grande do Sul, por outro lado, o plantio apenas se inicia.
 

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