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Análise semanal do mercado da soja

As cotações conseguiram se recuperar um pouco, fechando o dia 21/12 em US$ 11,53/bushel


Prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
Emerson Juliano Lucca²

Comentários referentes ao período entre 16/12 a 21/12/201
 
As cotações da soja, em Chicago, após baterem em US$11,00/bushel no dia 14/12, conseguiram se recuperar um pouco, voltando aos patamares anteriores e fechando o dia 21/12 em US$ 11,53/bushel.

Houve um início de retorno dos especuladores financeiros à bolsa, porém, o maior motivo está na seca que atinge o Rio Grande do Sul, Argentina e boa parte do Uruguai. Perdas já começam a ser contabilizadas, especialmente no Estado gaúcho onde fala-se de 15%. Essa tem sido a maior pressão sobre as cotações em Chicago neste final de ano, particularmente porque a possibilidade de chuvas é relativamente escassa até o dia 31/12.

Somou-se a isso o anúncio do analista privado Informa Economics de que a futura safra de soja nos EUA, a ser plantada em torno de maio próximo, terá uma área menor, ficando em 30,19 milhões de hectares, contra 30,3 milhões em 2011 e 30,8 milhões projetados em novembro.

Por sua vez, os registros de exportação dos EUA, na semana encerrada em 08/12, ficaram em 468.600 toneladas, após 770.400 toneladas na semana anterior.

Já na Argentina, o esmagamento de outubro somou 3,32 milhões de toneladas, acumulando desde abril (início do ano comercial argentino) um total de 24,3 milhões de toneladas, contra 26,2 milhões em igual período do ano anterior.

Ainda na Argentina, a comercialização da safra 2010/11 chegou a 91%, contra 93% em igual período do ano anterior. Quanto ao plantio da nova safra, o mesmo atingia a 77%, estando adiantado em relação ao ano anterior. O vizinho país espera semear 19,04 milhões de hectares.

Quanto aos prêmios, no Golfo do México (EUA) os mesmos ficaram entre 58 e 72 centavos de dólar por bushel. Em Rosário (Argentina) entre 60 e 89 centavos, e nos portos brasileiros entre 68 centavos e US$ 1,15/bushel.

No Brasil, os preços melhoraram um pouco, na esteira da recuperação momentânea em Chicago e de um Real mais desvalorizado (trabalhou a semana ao redor de R$ 1,86). Assim, o preço de balcão gaúcho ficou ao redor de R$ 40,00/saco, enquanto os lotes variaram entre R$ 46,00 e R$ 47,00/saco. Nas demais praças do país, os lotes giraram entre R$ 41,00/saco em Barreiras (BA) e R$ 45,50/saco em Cascavel (PR). Regiões mais distantes, como o nortão mato-grossense, indicaram preços a R$ 38,70/saco na média semanal.

Na BM&F/Bovespa o contrato maio/12 ficou em US$ 26,03/saco, enquanto os preços futuros permaneceram, em média, nos mesmos níveis da semana anterior nos diferentes pontos do país.
 
Vale ainda destacar que a evolução do plantio da soja no Brasil, até o dia 16/12, aponta uma área total de 98%, faltando apenas alguma coisa a ser semeada no Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia.

O grande problema passou a ser definitivamente a seca que assola o Rio Grande do Sul, com possibilidades de atingir mais Estados nos meses futuros. Caso isso venha a ocorrer, as perdas serão grandes e isso poderá reverter parcialmente a queda dos preços locais. Todavia, não há preço que pague uma frustração de safra!
Abaixo seguem os gráficos da variação de preços da soja e seus derivados no período de 25/11/2011 e 21/12/2011.
 
 
 
 
 
1 Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2 Economista, Analista e responsável técnico pelo Laboratório de Economia Aplicada e CEEMA vinculado ao DACEC/UNIJUÍ.

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