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Análise Semanal do Mercado de Milho

Comentários referentes ao período entre 19/04/2013 a 25/04/2013


Comentários referentes ao período entre 19/04/2013 a 25/04/2013

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
Emerson Juliano Lucca²

As cotações do milho em Chicago, após recuarem para US$ 6,39/bushel no dia 24/04, se recuperaram, fechando o dia 25/04 em US$ 6,45/bushel, após US$ 6,44 uma semana antes. Por enquanto, o mercado está relativamente sustentado pelo atraso no plantio da safra dos EUA devido ao clima chuvoso e frio. Além disso, as exportações
semanais de 400.000 toneladas foram consideradas boas pelo mercado. Também a alta do preço do petróleo, superando novamente os US$ 90,00/barril deu sustentação para aumentar a produção de etanol naquele país.

O plantio de milho nos EUA ficou em apenas 4% da área esperada no dia 21/04, sendo que importantes regiões produtoras ainda nem o iniciaram. Isso conforta aqueles que acreditam numa transferência futura de área para a soja, embora ainda seja muito cedo para conclusões. Sobretudo porque as previsões meteorológicas indicam aquecimento do clima e sol para este final de abril.

Assim, como sempre ocorre nesta época do ano, o clima nos EUA passa a dominar a cena comercial. Nem mesmo o recrudescimento da gripe aviária na China foi considerada, pelo menos por enquanto.

Os preços da tonelada FOB na Argentina e no Paraguai terminaram a semana em US$ 240,00 e US$ 127,50 respectivamente, mantendo o nível da semana anterior. Já no Brasil, com o anúncio de Safras & Mercado de que a safrinha poderá chegar a 41,5 milhões de toneladas (isso colocaria a safra total brasileira num recorde de 78,5 milhões de toneladas em 2012/13), os preços internos continuaram debilitados. Goiás teria um aumento de 35% e o Mato Grosso de 15% na safrinha. Assim, a média gaúcha no balcão ficou em R$ 24,50/saco, enquanto os lotes fecharam a semana ao redor de R$ 26,00/saco. Nas demais praças brasileiras, os lotes oscilaram entre R$ 11,50/saco em Sapezal (MT) e R$ 25,00/saco em Videira (SC), ambos na compra. Aliás, no Mato Grosso o Nortão se manteve com preços entre R$ 11,50 e R$ 12,50/saco no disponível, enquanto para a safrinha os exportadores
nominais apontam valores entre R$ 8,00 e R$ 9,00/saco. Nos portos brasileiros os preços oscilam entre R$ 24,50 e R$ 25,00/saco para agosto/setembro, com o produtor nacional fora das vendas, podendo ocorrer perda da
chamada janela de exportação para esse período. Isso poderá causar sérios e maiores problemas internos a partir de junho, quando a safrinha começar a ser colhida. (cf. Safras & Mercado) Por outro lado, os embarques de milho em abril chegaram a 513.000 toneladas, devendo o mês terminar com apenas 600.000 toneladas exportadas. Esse é outro sinal de que os estoques finais brasileiros, nesse ano, tendem a ser expressivos, puxando os preços locais ainda mais para baixo no segundo semestre.

Enfim, a importação, no CIF indústrias brasileiras, ficou em R$ 43,95/saco para o produto dos EUA e R$ 36,26/saco para o produto argentino, ambos para abril. Já para maio, o produto argentino se manteve em R$ 36,26/saco. Por sua vez, na exportação, o transferido via Paranaguá, acusou os seguintes valores: R$ 26,09/saco para abril; R$ 25,85 para maio; R$ 25,28 para junho; R$ 25,42 para julho; R$ 25,15 para agosto; R$
25,05 para setembro; R$ 24,30 para outubro; e R$ 24,60/saco para novembro. (cf. Safras & Mercado)


¹Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
²Economista, Mestre em Desenvolvimento, Analista e responsável técnico pelo Laboratório de Economia Aplicada e CEEMA vinculado ao DACEC/UNIJUÍ.

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