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Análise Semanal do Mercado de Soja

Comentários referentes ao período entre 05/10/2012 a 11/10/2012


Comentários referentes ao período entre 05/10/2012 a 11/10/2012

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
Emerson Juliano Lucca²


As cotações da soja voltaram a recuar em Chicago na última semana, porém, de forma menos intensa. Após ter atingido o mínimo, depois de alguns meses, de US$ 15,30 no dia 02/10, as mesmas se recuperaram para US$ 15,51 na virada da semana anterior. Todavia, na véspera do relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para este dia 11/10, o bushel recuou novamente, atingindo US$ 15,23. Enfim, nesse dia 11/10 (quinta-feira), após a divulgação do relatório o mercado fechou o primeiro mês cotado em US$ 15,48/bushel.


O elemento central do processo continua sendo a colheita dos EUA, que indica uma produtividade melhor do que o esperado e, por conseqüência, um volume igualmente melhor (analistas privados avançavam volume entre 75,4 e 77,8 milhões de toneladas). Ao mesmo tempo, o plantio na América do Sul se inicia e o clima está favorável, embora falte umidade adequada em parte do Centro-Oeste brasileiro. Nesse último caso, além de uma área recorde no Brasil, que deverá superar os 27 milhões de hectares com soja, a Argentina igualmente projeta área recorde, com 19,7 milhões de hectares, o que seria 4,5% superior a do ano anterior.

Quanto ao relatório do USDA, o mesmo trouxe o seguinte:

a) a produtividade média nos EUA foi aumentada para 2.541 quilos/hectare (42,3 sacos/hectare);

b) a produção final agora sofreu uma elevação de 8,6%, passando a 77,8 milhões de toneladas, o que a deixa no limite superior das expectativas do mercado;

c) os estoques finais para 2012/13 subiram para 3,5 milhões de toneladas;

d) o patamar de preços médios a serem recebidos pelos produtores estadunidenses foi reduzido para valores entre US$ 14,25 e US$ 16,25/bushel;

e) em termos mundiais, o volume global a ser colhido passou a 264,3 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais mundiais subiram para 57,6 milhões de toneladas;

f) a produção do Brasil e da Argentina permaneceram respectivamente em 81 e 55 milhões de toneladas;
g) as importações chinesas de soja foram aumentadas para 61 milhões de toneladas em 2012/13.
Afora isso, as exportações estadunidenses de soja, para a safra 2012/13, iniciada em 01/09, chegaram a 1,27 milhão de toneladas na semana encerrada em 27/09, contra 799.500 toneladas na semana anterior. A China, com 1,02 milhão de toneladas, foi o principal comprador.

Por sua vez, os prêmios para abril/maio nos portos brasileiros, diante do recuo de Chicago, voltaram a ser positivos, num processo de compensação. Assim, os mesmos terminaram a semana entre 8 e 25 centavos de dólar por bushel. Já em Rosário (Argentina), para julho próximo, os mesmos oscilaram entre menos 5 e mais 5 centavos de dólar.

No Brasil, os preços médios voltaram a recuar fortemente na semana. A média gaúcha no balcão ficou em R$ 67,91/saco, havendo muitas regiões com valores ao redor de R$ 66,00/saco. Nos lotes, os preços giraram entre R$ 71,50 e R$ 74,00/saco. Nas demais praças brasileiras os lotes oscilaram entre R$ 67,35/saco em Sapezal (MT) e R$ 76,00/saco em Pato Branco (PR). Vale lembrar que há poucas semanas o patamar mais elevado chegou a bater em R$ 90,00/saco nessa região.


Na BM&F, o contrato novembro ficou em US$ 37,00/saco, o março/13 ficou em R$ 31,97/saco e no maio/13 em R$ 30,64/saco.

Paralelamente, a evolução do plantio no Brasil chega a 3% da área esperada, sendo 9% no Paraná, 5% no Mato Grosso e 4% no Mato Grosso do Sul.

Quanto aos preços futuros brasileiros, o porto de Paranaguá (PR) indicava para compra o valor de US$ 31,40 para março/13. Ao câmbio de R$ 2,04, praticado na segunda metade da semana, isso representa R$ 64,06/saco. Assim, para o produtor rural paranaense o valor é bem mais baixo. No Rio Grande do Sul, o FOB interior ficou em R$ 62,00/saco para maio/13. No Mato Grosso, a safra futura está agora em R$ 53,00/saco para março/13, na região de Rondonópolis. No Mato Grosso do Sul o saco ficou em R$ 55,50 para março próximo. Em Goiás, a compra ficou em R$ 55,00/saco para abril, enquanto em Minas Gerais o valor era de R$ 56,00/saco em Uberlândia. Enfim, na Bahia, para maio, os valores ficaram em R$ 56,30, enquanto no Maranhão o valor foi de R$ 54,10 para o mesmo mês. Já no Piauí a soja futura atingiu a R$ 55,00/saco para julho e no Tocantins a R$ 53,20/saco para maio/13.

Abaixo seguem os gráficos da variação de preços da soja e seus derivados no período de 14/09 a 11/10/2012.






1 Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2 Economista, Mestre em Desenvolvimento, Analista e responsável técnico pelo Laboratório de Economia Aplicada e CEEMA vinculado ao DACEC/UNIJUÍ.

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