Análise semanal do mercado do milho
As cotações se recuperaram um pouco no final de novembro
Prof. Dr. Argemiro Luís Brum1
Emerson Juliano Lucca2
Comentários referentes ao período entre 25/11 a 01/12/2011
Emerson Juliano Lucca2
Comentários referentes ao período entre 25/11 a 01/12/2011
As cotações do milho em Chicago, seguindo a mesma lógica da soja, se recuperaram um pouco no final de novembro, fechando o primeiro dia de dezembro em US$ 5,94/bushel, após US$ 5,82 no dia 25/11. A média de novembro/11 ficou em US$ 6,27/bushel, contra US$ 6,32 em outubro passado e US$ 5,51/bushel em novembro de 2010 (um ano antes). Ao contrário da soja, o milho fecha novembro bem mais
valorizado do que há um ano atrás. Todavia, o mercado não oferece grandes motivos para uma recuperação significativa nas cotações futuras, salvo se haja uma solução na crise econômico-financeira mundial de forma mais rápida do que o esperado.
Dito isso, as exportações estadunidenses, na semana que passou, ficaram em 777.515 toneladas, melhorando sua performance em relação as semanas anteriores. Ao mesmo, o petróleo se mantendo ao redor de US$ 100,00/barril manteve o etanol de milho mais valorizado, ajudando para que a cotação do cereal melhorasse um pouco no final de novembro.
Além disso, começa a surgir no horizonte a preocupação de que possa faltar chuvas no verão sul-americano, fato que atingiria a safra de milho local. Caso isso realmente se confirme, os preços deverão voltar a subir de maneira mais firme, sobretudo localmente.
Todavia, no mercado interno brasileiro, o recuo dos preços continuou na última semana, já que o mercado físico começou mais cedo a trabalhar com a possibilidade de uma safra 10 milhões de toneladas acima da anterior, no somatório da safra e safrinha. Assim, a média gaúcha, no balcão, recuou um pouco, para R$ 25,76/saco, porém, os lotes voltaram a perder mais terreno. O saco do cereal, no norte gaúcho, ficou em R$ 27,45, enquanto nas demais praças nacionais os mesmos terminaram a semana oscilando entre R$ 16,25/saco em Lucas do Rio Verde (MT) e R$ 27,50 em Campos Novos (SC). No porto, os preços estão ao redor de US$ 245,00/tonelada, bem abaixo dos US$ 260,00 praticados no Golfo, o que favorece a exportação do milho brasileiro. Paralelamente, a safrinha vem sendo negociada a R$ 12,00/saco em Lucas do Rio Verde e a R$ 14,50/saco em Primavera do Leste, ambas no Mato Grosso. Ou seja, aos poucos, salvo quebra na safra, os preços do cereal começam a ceder, antecipando a tendência esperada para o início da colheita da safra de verão.
Vale ainda destacar que o governo realizou novos leilões de venda de grãos de milho em estoques públicos, o que ajudou a derrubar os preços do cereal. Todavia, a demanda foi fraca, negociando apenas 0,3% de um total disponibilizado de 58.932 toneladas.
A semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 38,95 e R$ 35,94/saco, respectivamente para o produto oriundo dos EUA e da Argentina, em dezembro. Para janeiro, o produto argentino ficou em R$ 35,83/saco igualmente. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou, para dezembro, R$ 25,72/saco; para janeiro, R$ 26,12; para fevereiro, R$ 26,56; para março, R$ 26,93; para maio, R$ 27,18; para junho, 27,65; para julho, R$ 27,77; e para setembro, R$ 27,43/saco. Todos com novos recuos em relação às semanas anteriores.
Na Argentina e no Paraguai, a tonelada de milho FOB, fechou a semana em US$ 259,00 e US$ 190,00 respectivamente. Seis meses antes estes valores eram de US$ 267,00 e US$ 210,00.
Enfim, o plantio da safra de verão no Brasil está praticamente encerrado, faltando alguma coisa ainda no Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso.
A título de informação, entre fevereiro e outubro de 2011 (ano comercial fev/11-jan/12) o Brasil exportou 6,72 milhões de toneladas de milho, sendo 1,41 milhão para o Irã, seguido de Taiwan com 716.080 toneladas, Japão com 687.347 toneladas e Argélia com 595.120 toneladas. (cf. Secex/Safras & Mercado)
Abaixo segue o gráfico da variação de preços do milho no período de 04/11/2011 e 01/12/2011.
1 Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2 Economista, Analista e responsável técnico pelo Laboratório de Economia Aplicada e CEEMA vinculado ao DACEC/UNIJUÍ.