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Análise semanal do mercado do milho

Mercado ficou na expectativa do relatório de oferta e demanda do USDA


Prof. Dr. Argemiro Luís Brum1
Emerson Juliano Lucca2

Comentários referentes ao período entre 02/12 a 08/12/2011
 
As cotações do milho em Chicago pouco oscilaram na semana, recuando um pouco em relação aos US$ 5,94 registrados no dia 01/12. O fechamento desta quinta-feira (08-12) ficou em US$ 5,90/bushel. Como na soja, o mercado ficou na expectativa do relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 09/12.

Dito isso, as exportações semanais dos EUA melhoraram um pouco, ficando em 978.246 toneladas na semana anterior. Por outro lado, como o petróleo teve seu preço estacionado ao redor de US$ 100,00/barril, não chegou a haver pressão altista por parte da produção de etanol de milho.

Paralelamente, na Argentina e no Paraguai, a tonelada FOB fechou a semana em US$ 247,00 e US$ 185,00 respectivamente. Na Argentina, até o dia 08/12, o plantio de milho alcançava 79% da área, contra 77% no mesmo período do ano anterior. Em girassol o plantio atingia a 99% da área, contra 98% um ano antes.

No Brasil, os preços parecem iniciar um processo de estagnação no recuo que vinha ocorrendo há três semanas. Algumas regiões registraram mesmo ganhos de mais de 1% na semana. Assim, a média gaúcha recuou para R$ 25,53/saco, enquanto os lotes no norte do Estado ficaram em R$ 27,25/saco. Nas demais praças, os lotes oscilaram entre R$ 15,75/saco em Lucas do Rio Verde e Sorriso (MT) e R$ 27,25/saco em Campos Novos (SC).

Por sua vez, as exportações nacionais em novembro teriam ficado em 908.800 toneladas, totalizando 7,63 milhões de toneladas no atual ano comercial iniciado em fevereiro/11. Faltando dois meses para fechar o ano 2011/12, nesta tendência, as vendas externas do país podem muito bem atingir entre 8,5 e 9,5 milhões de toneladas, superando o projetado inicialmente em cerca de 2 milhões de toneladas.

Por outro lado, o governo continuou vendendo seus estoques de milho, o que mantém pressão baixista no mercado interno, embora a demanda pelo produto seja baixa.

Enfim, vale destacar que a seca que começa a se abater sobre boa parte da região produtora do Rio Grande do Sul, e que pode se estender para outros Estados no contexto do fenômeno La Niña, tende a reverter o quadro otimista de produção final para o próximo ano, caso se confirme definitivamente, levando a uma retomada das altas de preços internos do cereal. No Centro-Sul brasileiro o plantio da safra de verão está praticamente encerrado.

A semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 37,85 e R$ 34,38/saco, respectivamente para o produto oriundo dos EUA e da Argentina, em dezembro. Para janeiro, o produto argentino ficou também em R$ 34,38/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou, para dezembro, R$ 25,08/saco; para janeiro, R$ 25,46; para fevereiro, R$ 25,64; para março, R$ 25,78; para maio, R$ 26,04; para junho, R$ 26,17; para julho, R$ 26,52; e para setembro, R$ 26,07/saco. Todos com novos recuos em relação à semana anterior.

Abaixo segue o gráfico da variação de preços do milho no período de 11/11/2011 e 08/12/2011.
 
 
 
1 Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2 Economista, Analista e responsável técnico pelo Laboratório de Economia Aplicada e CEEMA vinculado ao DACEC/UNIJUÍ.

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