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Análise Semanal do Mercado do Milho

Comentários referentes ao período entre 05/10/2012 a 11/10/2012


Comentários referentes ao período entre 05/10/2012 a 11/10/2012

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
Emerson Juliano Lucca²



As cotações do milho em Chicago igualmente recuaram um pouco nesta semana, fechando o dia 11/10 em US$7,73/bushel, após US$ 7,36 na véspera e US$ 7,57 uma semana antes.

O mercado trabalhou na expectativa do relatório de oferta e demanda, anunciado neste dia 11/10. O mesmo trouxe o seguinte para o cereal:

a) a produtividade nos EUA foi levemente reduzida para 7.660 quilos/hectare;

b) a produção final está agora estimada em 272 milhões de toneladas;

c) os estoques finais nos EUA, para 2012/13, recuaram para 15,7 milhões de toneladas;

d) o patamar de preços médios aos produtores estadunidenses passou a valores entre US$ 7,10 e US$ 8,50/bushel;

e) a produção mundial de milho recuou para 839,02 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais caíram para 117,3 milhões de toneladas;

f) a produção brasileira seria de 70 milhões de toneladas, com exportações de 16 milhões de toneladas;

g) a produção da Argentina ficaria em 28 milhões e as exportações em 18,5 milhões de toneladas.

Por outro lado, a média dos analistas privados dos EUA era de uma produção final ao redor de 269,3 milhões de toneladas.

Vale destacar que nas últimas oito semanas as condições das lavouras ficaram ao redor de 50% para ruins a muito ruins e apenas entre 23% e 24% para boas a excelentes. E até o dia 07/10 a colheita do milho estadunidense havia chegado a 69% da área, contra 28% da média histórica, o que retrata uma safra menor. (cf. Safras & Mercado)


Soma-se a isso o fato de que, além do Brasil, agora a Argentina anuncia uma retração na área a ser semeada com milho. A mesma seria de 12% em favor da soja. Juntamente a isso, causa já alguma preocupação o fato de estar faltando melhores chuvas no Centro-Oeste brasileiro.

Por outro lado, o México tenderia a concentrar suas importações do cereal na América do Sul, fato que auxiliou a manutenção de preços firmes no Brasil.

Enfim, as exportações da semana anterior, por parte dos EUA, ficaram em 327.000 toneladas, dentro da expectativa do mercado.

A semana terminou com a tonelada FOB argentina e paraguaia valendo respectivamente US$ 270,00 e US$ 150,00.

No mercado brasileiro, as exportações da última semana atingiram a 848.500 toneladas, o que seria um novo recorde semanal. Com isso, o mês de outubro poderá fechar com vendas externas do cereal entre 3 a 3,5 milhões de toneladas, acumulando no ano comercial 12 milhões de toneladas, faltando ainda 3 meses para o final do
mesmo.

Por outro lado, além da redução da área em geral no Brasil, o sul do país foi atingido por intempéries, incluindo geadas tardias, as quais liquidaram com boa parte do milho semeado. Assim, a oferta do cereal deverá reduzir ainda mais. Isso deverá manter os preços aquecidos nos próximos meses e até mesmo durante a colheita de verão. Até o início de outubro o plantio do milho de verão no Centro-Sul brasileiro atingia cerca de 17%, sendo 37% no Rio Grande do Sul, 22% em Santa Catarina e 21% no Paraná.


Enfim, na importação brasileira, o CIF indústria nacional registrou, para outubro, valores de R$ 48,97/saco para o produto dos EUA e R$ 40,25/saco para o produto da Argentina. Para novembro, o produto argentino manteve o mesmo valor. Já na exportação, o transferido via Paranaguá, ficou em R$ 31,46/saco para outubro; R$ 31,71 para novembro; R$ 31,89 para dezembro; R$ 31,90 para janeiro; R$ 31,92 para fevereiro; R$ 31,98 para março; R$ 31,48 para abril; e R$ 31,66/saco para maio.

Abaixo segue o gráfico da variação de preços do milho no período de 14/09 a 11/10/2012.



1 Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2 Economista, Mestre em Desenvolvimento, Analista e responsável técnico pelo Laboratório de Economia Aplicada e CEEMA vinculado ao DACEC/UNIJUÍ.


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