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Análise Semanal do Mercado do Milho

Comentários referentes ao período entre 19/10/2012 a 25/10/2012


Comentários referentes ao período entre 19/10/2012 a 25/10/2012

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
Emerson Juliano Lucca²


As cotações do milho sofreram menos oscilações nesta semana, fechando a quinta-feira (25) em US$ 7,42/bushel, contra US$ 7,60 uma semana antes.

A tendência em Chicago continua sendo de alta para o cereal diante da forte quebra na safra dos EUA, porém, Chicago ainda não reproduziu adequadamente esse sentimento nesses últimos dias. Vale notar que o clima mais seco no Centro-Norte brasileiro causa algumas preocupações, embora as chuvas tenham retornado na semana em regiões do Centro-Oeste. Consta que a situação mais grave estaria em Goiás e na Bahia.


Paralelamente, nos EUA as exportações da semana foram muito baixas, refletindo a menor oferta para este ano comercial. As mesmas atingiram apenas 243.926 toneladas. Além disso, os produtores estadunidenses, na expectativa de preços ainda mais altos, estão vendendo muito pouco do que sobrou de suas colheitas. Assim, no curto prazo não está descartada a possibilidade do bushel de milho voltar a superar os US$ 8,00. Especialmente porque a colheita se aproxima do final, havendo 87% da área já cortada, fato que está confirmando a forte quebra já estimada.

Um outro elemento que ajudou ao milho foi a forte elevação das cotações do trigo no final desta semana, puxadas pelo anúncio da Ucrânia de bloquear suas exportações do cereal, devido a quebra de safra, a partir de 15 de novembro próximo. Há um receio de que a Rússia venha a fazer o mesmo, repetindo o quadro de dois anos atrás.
Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB fechou a semana na média de US$ 283,00 e US$ 155,00 respectivamente.

No Brasil, os preços se mantiveram firmes, diante da forte exportação, puxada pela escassez de oferta nos EUA. As nomeações de navios apontam um total de embarque em outubro ao redor de 4,2 milhões de toneladas (na semana anterior um novo recorde foi batido, com 1,19 milhão de toneladas embarcadas, com o mês de outubro já acumulando um total de 2,47 milhões de toneladas vendidas). Para novembro já há nomeações de 1,2 milhão de toneladas.

Assim, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 28,07/saco, enquanto os lotes oscilaram entre R$ 33,00 e R$ 33,50/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes giraram entre R$ 18,00/saco no nortão do Mato Grosso e R$ 34,25/saco em Videira (SC).


Enfim, a importação no CIF indústrias brasileiras, fechou a semana em R$ 49,62/saco para o produto dos EUA e R$ 41,65/saco para o produto argentino, ambos para outubro. Já o milho da Argentina, para novembro, ficou em R$ 41,28/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá ficou em R$ 33,59/saco para outubro; R$ 33,66 para novembro; R$ 33,67 para dezembro; R$ 33,45 para janeiro; R$ 33,54 para fevereiro; R$ 33,89 para março; R$ 33,36 para abril; e R$ 33,55/saco para maio/13.

Nessas condições, considerando que haverá redução na área semeada com a nova safra de verão nacional, além de quebras importantes nos Estados do Sul do país, os preços do milho no Brasil não apresentam tendência de redução, pelo menos até a futura colheita.

Abaixo segue o gráfico da variação de preços do milho no período de 28/09 a 25/10/2012.



1 Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2 Economista, Mestre em Desenvolvimento, Analista e responsável técnico pelo Laboratório de Economia Aplicada e CEEMA vinculado ao DACEC/UNIJUÍ.

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