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Análise Semanal do Mercado do Milho

Comentários referentes ao período entre 15/03/2013 a 21/03/2013


Comentários referentes ao período entre 15/03/2013 a 21/03/2013


Prof. Dr. Argemiro Luís Brum ¹
Emerson Juliano Lucca ²

As cotações do milho em Chicago fecharam a semana em US$ 7,33/bushel, após US$ 7,32 uma semana antes. Ou seja, o mercado externo está bastante estabilizado. Na prática, no curto prazo não haveria espaço para novas baixas, porém, no médio prazo (safra nova dos EUA) a tendência é de recuo nas cotações, seguindo a linha que a soja vem apontando.


Por enquanto, diante de chuvas importantes no Meio-Oeste dos EUA a tendência é de um aumento de área semeada com milho nos EUA. O relatório de intenção de plantio, previsto para o dia 28/03, está ganhando cada vez mais importância, pois o mesmo definirá se Chicago passará a um novo padrão de preços.

Enquanto isso, a pressão sobre o milho estadunidense tende a diminuir pela entrada das safras brasileira e argentina no mercado internacional, embora os graves problemas de logística no Brasil. Além disso, a Rússia e a Ucrânia apontam para um aumento nas exportações do cereal.

Paralelamente, as vendas líquidas de milho, pelos EUA, para o ano 2012/13, tiveram o resultado de 282.300 toneladas na semana encerrada em 07/03, superando em muito as 49.800 toneladas registradas na semana anterior a esta.

Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB fechou a semana na média de US$ 265,00 e US$ 140,00, respectivamente.

No Brasil, os preços do cereal continuaram recuando, sob pressão da oferta de verão e as dificuldades exportadoras. O balcão gaúcho recuou para R$ 27,43/saco na média semanal, enquanto os lotes ficaram em R$ 28,50/saco no fechamento da semana, no norte do Estado. Nas demais praças nacionais, os lotes, para o disponível, ficaram entre R$ 17,50/saco no Nortão do Mato Grosso (região de Sorriso, Lucas do Rio Verde...) e R$ 28,40/saco em Concórdia e Videira (SC).

Todavia, na tendência média (safrinha nacional) o mercado vem confirmando a forte queda nos preços. No Mato Grosso, por exemplo, a região de Lucas do Rio Verde indicou negócios de milho a R$ 13,00/saco para junho, enquanto Primavera do Leste apontou R$ 16,50/saco para agosto. Na exportação, por enquanto nominal, o mercado do Nortão mato-grossense, para o milho safrinha, chega a indicar valores de apenas R$ 9,00/saco. (cf. Safras & Mercado)


Enquanto isso, um dos motivos para tal recuo, além da grande produção nacional que se espera, se encontra na falta de ritmo das exportações, diante da preferência dada à soja nesta época e, particularmente, à péssima logística portuária que temos. Assim, as vendas externas em março acumulam apenas 876.600 toneladas, com expectativa de que as mesmas atinjam 1,5 milhão em todo o mês, porém, sem garantias.

Enfim, a importação, no CIF indústrias brasileiras, ficou em R$ 47,64/saco para o produto dos EUA e R$ 38,68/saco para o produto argentino. Ambos para março. Já para abril o produto argentino ficou em R$ 38,56/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá ficou em R$ 29,75/saco em março; R$ 29,71 em abril; R$ 29,76 em maio; R$ 29,59 em junho; R$ 27,35 em julho; R$ 26,22 em agosto; R$ 26,06 em setembro e R$ 25,64/saco em outubro.


¹ Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
² Economista, Mestre em Desenvolvimento, Analista e responsável técnico pelo Laboratório de Economia Aplicada e CEEMA vinculado ao DACEC/UNIJUÍ.

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