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Analista de mercado da Argentina alerta que faltará novilhos em 2006


Faz alguns meses que a Argentina apresenta um cenário com quantidade abundante de animais nascidos na forte retenção do período 2001/2003. No ano passado, entretanto, devido à seca, o serviço reprodutivo dos animais foi muito fraco, o que refletiu no reduzido número de parições em 2004 e que mostrará seus efeitos apenas depois de 2005. A avaliação é do analista de mercado de boi da Argentina, Ignacio Iriarte.

Segundo ele, em 2006 faltarão novilhos que hoje sobram. Animais que faltam e que sobram só provocam efeitos no abate dois anos após o nascimento. Isso é particularmente válido para a categoria novilhos, mais indicativa para a formação dos preços e que tem a maior participação em volume de carne no abate.

Hoje a oferta de novilhos é muito alta e o abate de vacas está em declínio, mas chegou a atingir a marca dos 280-300 mil vacas por mês no último inverno, boa parte delas prenhas. Também a oferta de bovinos leves de confinamento está menor, especialmente terneiros com menos de 220 kg sendo o motivo dos preços elevados na invernada. O confinamento comercial deixou de repor os animais, tendo agora seus reflexos no mercado.

Quanto à demanda, é importante destacar que a exportação é alta, apesar de estar em queda em relação ao pico alcançado em agosto do ano passado. Nos próximos dias encerram os embarques com destino à Rússia para o período de 2004, e o abastecimento nos últimos meses foi feito quase com exclusividade, pois Canadá e Estados Unidos estão impedidos pela ocorrência de "vaca louca"; na União Européia falta excedente e também ocorrência de "vaca louca"; e o Brasil ausente do mercado desde 24 de setembro devido a um foco de febre aftosa no Amazonas.

Com relação ao consumo, apesar do aumento do preço da carne no mercado nos últimos anos, o consumo per capita vem aumentando, atingindo hoje 80 kg, e provavelmente nas últimas semanas do ano supere os 85-90 kg. Na última década, a segunda quinzena de dezembro demonstra aumento na demanda de carne bovina, aparentemente em decorrência das festas de fim de ano, Natal e Ano Novo, substituindo outros alimentos mais emblemáticos.

Em resumo, o preço da carne segue subindo mês a mês, e o consumo também segue essa tendência; há uma oferta muito alta (o abate alcançará seu recorde); uma exportação ainda alta, mas em declínio; e um consumo altíssimo que parece não encontrar limite. As informações são do jornal La Voz del Interior da Argentina.

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