Analistas esperam mercados de commodities estáveis
Guerra comercial e investimento da União Europeia devem equilibrar as compras
Grandes ofertas globais e nacionais de trigo, milho e soja limitarão os ganhos de preço no curto prazo, enquanto a produção recorde de cacau manterá os estoques elevados e o mercado de lácteos deve enfrentar a crescente competição da Europa, disseram analistas. Foi isso que informou o portal especializado norte-americano world-grain.com.
A remoção das tarifas chinesas "não será um grande impacto na soja", disse Stephen Nicholson, analista sênior da Rabo Agrifinance. "O mercado espera um acordo de comércio", completa, prevendo um "recuo rápido" à medida que os gasodutos são reabastecidos, mas não muito a longo prazo para o mercado de soja "extremamente pessimista" com estoques domésticos recordes e estoques mundiais sendo o segundo mais alto já registrado.
Ele espera que o futuro da soja fique em torno de US$ 9 por bushel no quarto trimestre, uma queda de cerca de 40 centavos em relação aos preços atuais de novembro, com resistência positiva de US$ 9,70 por bushel. Há muita concorrência, os Estados Unidos estão perdendo mercado para o Brasil, e a região do Mar Negro está ganhando participação nas exportações de soja, assim como fez com as exportações de trigo, disse ele.
Nicholson disse que espera que os agricultores dos EUA plantem cerca de 5 milhões de acres a menos de soja e cerca de 2 milhões de acres de milho em 2019. O número de plantio pode mudar significativamente, em parte porque muito trabalho de campo não foi feito por causa de condições úmidas no outono passado e muitas áreas estão muito úmidas atualmente.
Matt Gould, editor e analista da The Dairy & Food Market Analyst, disse que a indústria de laticínios vem passando por uma mudança estrutural com o papel da Oceania em declínio e dando lugar à Europa, com os Estados Unidos e a Europa agora dominando as forças na indústria mundial de laticínios. "A União Européia emergiu como um monstro", disse Gould.
