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Anec considera que impacto de medidas será mínimo

O setor exportador recebeu com certa indiferença a decisão da Argentina de aumentar a taxa de exportação de soja, milho e óleo de soja


O setor exportador de soja e derivados recebeu com certa indiferença a decisão do governo argentino de aumentar a taxa de exportação de soja, milho e óleo de soja. Apesar de reconhecer que, em alguma medida, essa alta reduz a competitividade do produto argentino, o setor no Brasil considera que as vantagens logísticas do vizinho estão muito distantes de serem superadas pelo precário sistema de transporte de grãos no Brasil.

"Eles sabem que os brasileiros têm uma bruta desvantagem em frete e câmbio. Calcularam exatamente quanto devem aumentar em imposto para não perderem competitividade", avalia Sérgio Mendes, diretor da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). Segundo dados da entidade, em 2003 a diferença entre os custos com frete por tonelada de soja era de US$ 15 por tonelada, valor que em 2007 está em US$ 40. Além das distâncias entre região produtora e porto ser seis vezes menor na Argentina que no Brasil, as diferenças cambiais reforçam a competitividade do vizinho. "Embora o frete seja pago em Reais ,quando você desconta do produtor, você tem transformar essa despesa em Dólar", segundo Mendes.

Assim, exemplifica ele, um frete de R$ 60 para o produtor brasileiro custa US$ 34,4. Enquanto que um frete de $ 60 pesos argentinos, custa ao produtor local US$ 19 - um dólar equivale a $ 3,12 pesos, equivalência que para o Real é de R$ 1,74, no fechamento de ontem. "Somando-se o indicador câmbio com as nossas distâncias que são muito maiores - a média entre a região produtora e o porto no brasil é de 1,1 mil quilômetros e, na Argentina, e de 200 quilômetros - o governo argentino tem uma folga muito grande para realizar esses aumentos sem mudar o cenário para o Brasil", diz Mendes. Ele acrescenta ainda que o fato de a expansão agrícola no Brasil ocorrer para regiões mais distantes também acentua essa diferença. "A desvantagem brasileira é crescente".

A desvantagem para a Argentina, segundo Mendes, está em uma tolerância menor a oferecer descontos para importadores. "Esse limite de dar descontos, diminui, com certeza".

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