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Anec diz que solução é ‘irrigar’ tradings


O diretor geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, disse ontem em Brasília, após assistir a uma explanação sobre a situação da agricultura mato-grossense, que uma das soluções para Mato Grosso, “neste momento de crise”, é o governo federal injetar recursos nas tradings. “[As tradings] são mais rápidas, mais eficientes e entendem melhor os problemas dos produtores”, afirmou ele.

Na avaliação de Mendes, os produtores mato-grossenses necessitariam de um aporte de mais R$ 5 bilhões para concluírem o plantio da safra. “Não estamos falando dos R$ 5 bilhões anunciados pelo governo e que acabam não chegando às mãos dos produtores. Este dinheiro que estamos defendendo é para que as tradings façam o repasse direto ao produtor, sem burocracia e restrições”.

Para o diretor da Anec, o Brasil tem que tirar proveito da situação atual e encontrar uma solução eficaz para a agricultura brasileira. “Se o governo federal aportar dinheiro, vamos dar a volta por cima e partir em busca de novos mercados no próximo ano”.

Mendes reconheceu que Mato Grosso é um caso a parte e precisa de um tratamento diferenciado. “O grande problema dos mato-grossenses chama-se custo de produção e logística. O Estado está muito afastado dos centros consumidores e dos portos de exportação e, por isso, o custo das lavouras acaba sendo bem maior do que em outros Estados”, disse, citando que enquanto na região Sul o custo do frete para o transporte de uma tonelada de soja até aos portos de exportação é de R$ 141, a partir de Mato Grosso este custo pula para R$ 230”.

O diretor da Anec lembrou que pelo fato da China estar impondo exigências à soja argentina, o Brasil tem grandes possibilidades de melhorar o volume de suas exportações no próximo ano para aquele país. A China compra atualmente 52% da soja brasileira e a expectativa da Anec é de que os números das exportações no próximo ano alcancem os mesmos 25 milhões de toneladas de 2008. Deste total, Mato Grosso deverá responder por 9 milhões de toneladas.

INDÚSTRIA - A estimativa de processamento no Brasil na safra 08/09 foi mantida em 32,4 milhões de toneladas, apesar de o esmagamento entre fevereiro e julho ter ficado em 15,1 milhões de toneladas.

A produção de farelo na próxima safra foi estimada em 24,8 milhões de toneladas e, a de óleo, em 6,2 milhões de toneladas.

O Brasil deverá exportar 13,3 milhões de toneladas de farelo, ante 12,9 milhões de toneladas em 2007/08, e embarcar 2,15 milhões de toneladas de óleo na safra do próximo ano. (MM)

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