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Anfavea negocia acordo automobilístico com europeus


Um acordo automotivo entre a União Européia e o Mercosul vem sendo costurado entre montadoras dos dois blocos, no âmbito das negociações regionais. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) tomou a mais recente iniciativa, acenando em Bruxelas com a abertura do mercado do Brasil para a importação inicial de 60 mil veículos europeus livres de tarifas, em troca da eliminação de barreiras no mercado comunitário.

Atualmente, os europeus só exportam 12 mil veículos para o Brasil, com taxa máxima, de 35%. Pelo sistema de quotas desenhado pela entidade, as importações sem taxa de carros europeus aumentariam 10% ao ano. Os fabricantes europeus passariam a exportar 66 mil veículos no segundo ano sem taxa, até alcançar 142 mil unidades no nono ano.

Quanto às vendas fora da quota, teriam a tarifa de 35% reduzida gradualmente até sua eliminação junto com a quota no décimo ano. Em troca dessa liberalização no Brasil, a Anfavea quer da UE a abertura total do mercado comunitário. Significa a eliminação, imediatamente após a entrada em vigor do acordo bi-regional, da tarifa de 6,5% que incide sobre as importações de carros originários do bloco do Cone Sul.

Com isso, os construtores do Mercosul teriam logo tratamento similar ao dado por Bruxelas as montadoras do México, ao invés de esperar a eliminação da tarifa em sete anos, como é atualmente a proposta européia. "Como há um enorme comércio intra-firmas, a diferença de preços dada pela menor tarifa permite aumentar o comércio", diz um analista.

Esta "primeira visão da indústria" foi apresentada por Elisabeth Carvalhaes, uma das diretoras da Anfavea e executiva da Volks, a representantes da Comissão Européia e também a direção da Acea, entidade representativa das montadoras na Europa (BMW, DaimlerChrysler, Fiat, Volkswagen, Peugeot, Renault, Scania, Volvo, Porsche, Ford Europa, GM Europa).

O plano da Anfavea foi recebido com agrado em Bruxelas. Mas publicamente, a Acea reage com prudência. "Estamos examinando a proposta da Anfavea, mas queremos ver se o Mercosul vai fazer a mesma proposta oficialmente", diz Alfredo Filippone, porta-voz da Acea. "Temos interesse em chegar a um acordo, mas a negociação é conduzida não pelas indústrias e sim pelos governos".

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