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Angus, um divisor de águas na pecuária brasileira

O Angus, já enraizada no Rio Grande do Sul, prospera



Há muitos anos, o Brasil luta para melhorar o padrão da carne produzida no campo, com suas mais de 200 milhões de cabeças, onde predomina a genética zebuína. Especialmente nas últimas três décadas, os pecuaristas realizaram inúmeras experiências no cruzamento industrial, utilizando várias raças e tentando melhorar o rendimento e a qualidade. O Angus, já enraizada no Rio Grande do Sul, prospera, avançando no Centro-Oeste e demais regiões de pecuária, embalada pela multiplicação da IATF (Inseminação Artificial por Tempo Fixo) e pelo programa de certificação desenvolvido pela Associação Brasileira de Angus, que envolve bonificação aos produtores.

O mercado de cruza Angus desabrochou, alastrando-se por todos os Estados da Federação. Juntos, o Angus e o Red Angus bateram recorde em vendas de sêmen em 2013, com mais de 3,5 milhões de doses, mérito que deve se repetir neste ano. Esse aumento, que é recorrente, deve-se pela qualidade de sua carne. Quem já experimentou um corte Angus sabe exatamente do que estou me referindo. Até raças sintéticas, adaptadas ou mesmo a japonesa Wagyu usam o Angus para incrementar essa característica.

Casamento perfeito com o zebuíno brasileiro, resultando numa verdadeira “explosão” em ganhos de heterose. A resposta logo aparece no bolso do produtor. Os preços são diferenciados, por exemplo, para os bezerros e bezerras deste cruzamento, chegando a R$ 400,00. Considerando que um reprodutor Angus PO, bem adaptado para o serviço a campo, produza, em média, 30 filhos/ano, significa que o incremento no final do ciclo será de nada menos que R$ 12.000,00/ano por reprodutor, rentabilidade jamais vista na pecuária nacional. E se ele entregar um produto terminados em confinamento, com carcaça padronizada e acabamento de gordura acima de 6 milímetros, aos 20 meses de idade, vai lucrar ainda mais. Hoje, uma fêmea de 16@ alcança preço de boi gordo, sem contar a bonificação de 10% que recebe pela carcaça diferenciada.

Todos os dias, em todas as direções, pecuaristas modernos se rendem a raça, utilizando-a como ferramenta para maximizar os ganhos em rendimento, qualidade e remuneração. Atualmente, toda a carne que provém dessa extraordinária raça é direcionada ao mercado interno. Quando tivermos volumes suficientes para exportar, trabalhando mercados de melhor remuneração, imaginem a rentabilidade que poderemos alcançar.

Possuímos o maior rebanho comercial do mundo e mais de 80 milhões de fêmeas zebuínas em idade reprodutiva, prontas para receber essa a genética da raça com os maiores índices de avaliações e mensurações em número e qualidade de carne em todo globo terrestre.

Por Valdomiro Poliselli Júnior, titular da VPJ Pecuária, Jaguariúna (SP)

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