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Antigo Margen ainda vai continuar ativo


O grande lance da nova proposta talvez seja o da preservação do antigo Margen para carregar a parte podre da empresa. Pelo novo Plano de Recuperação Judicial, o Margem continuará operando, agora apenas com suínos, e se responsabilizará por todas as despesas de implantação da NewM S.A., pela dívida tributária parcelada, pelos débitos previdenciários e trabalhistas e até por eventuais passivos ambientais.

Com a mesma composição acionária, o Margen Ltda. continuará inalterado, com 99% da ações de propriedade da GM Rio Bonito e 1% de Geraldo Prearo. Serão integralizados ao capital social do frigorífico a unidade de Rio Verde do Mato Grosso e os recursos que advirem da venda da unidade de Coxim (MS).

Operação
A proposta é de que o Margen opere com as unidades de abate de Rio Verde do Mato Grosso (própria) e de Cezarina, em Goiás, além das granjas de Varjão e de Jataí, ambas em Goiás, todas mantidas por arrendamento.

De acordo com o advogado Murillo Lobo, todas as demais filiais da empresa serão extinta e as unidades arrendadas serão devolvidas a seus proprietários. Entre esses arrendamentos, estão as unidades de Pimenta Bueno (RO), Nova Olinda e Colinas, no Tocantins.

Dificuldades
Murillo Lobo diz que as dificuldades do Grupo Margen se iniciaram em 2005, como reflexo da Operação Perseu, da Polícia Federal, que prendeu diretor e sócios da empresa, sob acusação de sonegação de impostos e contribuições previdenciárias no valor de R$ 150 milhões.

“Hoje, todas essas acusações caíram por terra, com decisões da Justiça favoráveis à empresa, mas infelizmente nesses casos a mídia não dá o mesmo destaque”, diz o advogado. Segundo ele, independente das vitórias judiciais recentes, na época a empresa ficou com a sua imagem gravemente prejudicada, pois teve suas contas bancárias bloqueadas e computadores apreendidos, o que a obrigou a atrasar pagamento a fornecedores e outras obrigações financeiras.

Retorno
Conforme Murillo Lobo, quando retornou às atividades, depois de várias semanas, o Margen viu seus custos fixos subirem vertiginosamente, o que obrigou o grupo a desativar várias unidades próprias e arrendadas. Com a saúde financeira abalada, a empresa ainda tentou uma reestruturação, fechando unidades não-rentáveis, passando a operar com suínos e frangos e obtendo em 2007 financiamento de R$ 150 milhões para reestruturar o perfil de sua dívida.

A gota d’água, entretanto, foi a tentativa de fusão com o Frigorífico Quatro Marcos, em 2008, que durou menos de dez dias e selou em definitivo a sorte do Margen. Segundo Murillo Lobo, o agente financeiro da fusão não honrou o compromisso inviabilizando a operação, o que somado à acentuada restrição de crédito e as oscilações no mercado de carne, obrigou o grupo a optar pela recuperação judicial, em outubro de 2008.

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