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Anúncio de ajuda à agricultura desagrada estados do Sul

Governos locais estão investindo em medidas de emergência e pedem socorro à União


O horizonte continua seco nos três estados do sul do País. Os governos locais estão investindo em medidas de emergência e pedem socorro à União, mas as ações propostas pelo governo federal se darão a médio e longo prazo: renegociação de dívidas dos agricultores, nova linha de crédito e R$ 30 milhões para Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná investirem em obras de prevenção. Valor considerado insuficiente.


A principal iniciativa, divulgada ontem, é a possibilidade de prorrogação da dívida rural: os produtores teriam até o dia 31 de julho para começar a pagar as parcelas de contratos de crédito referentes a operações de custeio para a safra atual. Para vigorar, porém a medida ainda deve passar pela aprovação do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Ontem (12), o Estado de Santa Catarina pediu ao governo uma ajuda no valor de R$ 50 milhões, segundo o secretário estadual da Agricultura, João Rodrigues. O pedido incluí a compra de 70 caminhões para o transporte de água, a construção de treze mil açudes, perfuração de 300 poços artesanais e a prorrogação da dívida dos produtores rurais atingidos pela seca. "Nós fizemos um pacote para soluções no curto, médio e longo prazo. Se formos atendidos, teremos o problema resolvido", disse Rodrigues, que se reuniu com o governador catarinense, Raimundo Colombo, e o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, para discutir as medidas a serem tomadas.

O governo catarinense já investiu R$ 1,4 milhão, e deverá gastar a mesma quantia na próxima segunda-feira, na contratação de caminhões para o transporte d'água - "Santa Catarina tem muita água armazenada", de acordo com o secretário. As prefeituras são responsáveis pela operação dos veículos, que estão ajudando avicultores com problemas de falta d'água.

"O que nós esperamos [do pacote de ajuda do governo federal, lançado ontem] é o mesmo tratamento dado ao Rio Grande do Sul. Santa Catarina teve um maior número de famílias atingidas e um agravante: a agroindústria, que também sofre os efeitos da seca", disse Rodrigues.

Quando foi anunciado, no fim da tarde de ontem, o pacote de ajuda do governo veio menor do que a Secretaria de Agricultura de Santa Catarina esperava: R$ 30 milhões para se dividir em três, conquanto as unidades da federação apresentem projetos e condições legais para sacar o empenho federal.


No Rio Grande do Sul, soma-se à quantia um outro valor, de R$ 19 milhões, a que o estado tem direito desde o ano passado, quando o governo federal liberou a verba para obras de prevenção: perfurar poços artesianos e construir uma rede de distribuição d'água. Os agricultores gaúchos já perderam 45% da safra atual de milho e carecem de uma espécie de seguro-desemprego, de acordo com o secretário-adjunto de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Franco.

"Hoje, para o agricultor, o mais importante, principalmente para os pequenos, seria uma bolsa federal até a próxima safra", afirmou Franco. O governo estadual pediu, em Brasília, equipamentos e programas voltados para a alimentação animal e as sementes, devido as consequências da seca, segundo o secretário.

No Estado do Paraná, ontem à tarde, o governador Beto Richa anunciou que serão destinado R$ 15,5 milhões, de recursos próprios, para ajudar diretamente os agricultores, principalmente nas culturas de milho, soja e feijão, as mais atingidas.

Do montante, R$ 6 milhões serão liberados para a aquisição de insumos agrícolas (sementes e fertilizantes). Para subvenção ao prêmio do seguro da segunda safra de milho e café, o apoio financeiro chega a R$ 9,5 milhões. R$ 1,5 milhão foi empenhado para reforçar um programa estadual (Fundo de Aval). O governo tem como prioridade o atendimento a agricultores familiares.

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