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Anvisa faz alerta sobre os agrotóxicos no Paraná


Os paranaenses estão comendo cada vez mais alimentos com agrotóxicos. Essa é a conclusão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ligada ao Ministério da Saúde. Por meio do programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para), o órgão analisou 407 amostras de hortaliças e frutas oriundas da produção agrícola do Estado do Paraná. Revelou que 225 apresentavam resíduos tóxicos não autorizados para a cultura, incluindo agrotóxicos que deveriam ser proibidos no Brasil, como o dicofol e o endossulfan, que são prejudiciais para o organismo humano.

A pesquisa teve como objetivo orientar a cadeia de produção e conscientizá-la quanto às suas responsabilidades em relação à segurança alimentar da população em geral. Destacou os diferentes tipos de agrotóxicos encontrados nas 225 amostras, que somaram vinte e um. Desses, 11 foram detectados na cultura do morango, o que significa 52,4% dos agrotóxicos detectados no programa. Já a produção de maçã assumiu o segundo lugar em termos de diversidade de agrotóxicos utilizados, totalizando seis tipos. E em terceiro lugar ficou o mamão, com cinco variedades.

Segundo Alfredo Benatto, sanitarista da Vigilância Sanitária da divisão de alimentos, os números assustam, principalmente porque alguns tipos de pesticidas têm efeito cumulativo no organismo das pessoas. Além disso, ainda não existe um estudo específico sobre o efeito dessas toxinas no organismo humano. "É necessário que o Estado, além de outros fatores, implante uma política de assistência técnica na produção de hortifrutícolas, pois alguns produtores não têm conhecimento sobre as toxinas que determinado produto possui ou ainda não têm conhecimento sobre os benefícios que os alimentos orgânicos proporcionam à saúde", diz Benatto.

Motivação

Os benefícios dos alimentos orgânicos à saúde, devido à produção sem o uso de agrotóxicos ou adubos de síntese química, motivou o município de Colombo a realizar o projeto intitulado Agricultura Orgânica, que desde 1987 incentiva cerca de 40 produtores a utilizar a agricultura orgânica. Hoje o projeto produz cerca de 100 toneladas de alimentos orgânicos por mês e vende para todo o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. De acordo com Antônio Ricardo Miglioransa, secretário municipal da Agricultura, Meio Ambiente e Turismo, o objetivo é expandir ainda mais a produção, beneficiando os consumidores com a qualidade.

Para saber se um alimento é orgânico, o consumidor deve verificar se o produto tem selo expedido por uma certificadora credenciada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ou respaldado por associações, cooperativas ou empresas ligadas ao movimento de agricultura orgânica.

Dicas

Para reduzir a quantidade de agrotóxicos nos alimentos o consumidor deve, primeiramente, dar preferência às frutas e verduras da época. Fora da estação adequada, é quase certo que uma fruta, verdura ou legume tenha recebido cargas maiores de agrotóxicos. É por isso que, quando você não encontrar tomate, cebola ou outros produtos na feira orgânica, é porque não está na época deles. E você poderá escolher outro produto que os substitua em termos nutricionais.

Como ainda existe pouca fruta produzida organicamente, procure sempre descascar as frutas, em especial os pêssegos e maçãs. Alguns resíduos de agrotóxicos repousam nas cascas. Lavar bem as frutas e verduras em água corrente durante pelo menos 1 minuto ou colocá-las numa solução de água (1 litro) com um pouco de vinagre (4 colheres), durante 20 minutos, também pode ajudar.

Dê preferência aos produtos nacionais e de sua região. Alimentos que percorrem longas distâncias, como os importados (Argentina, Chile, Espanha), normalmente são pulverizados pós-colheita e possuem um alto nível de contaminação por agrotóxicos.

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