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Aperto na oferta nacional de arroz deve continuar em 2003


Em torno de 1,7 milhão de hectares de arroz já está plantado em território nacional,segundo informações repassadas pelo técnico do Instituto de Planejamento e Economia Agrícola de Santa Catarina (Instituto Cepa/SC), César F. Silva.Isto equivale a 52% da área total, estimada em 3,27 milhões de hectares.

Comparando-se com idêntico período da safra 01/02, constata-se que o atraso no andamento do plantio nacional está em torno de 8%. Observa-se, também, que esse atraso vem ocorrendo destacadamente nos dois estados que são os maiores produtores - Rio Grande do Sul (-17%) e Mato Grosso (-22%).

Por esta razão,Silva enfatizou que , é possível haver alguma redução na produção nacional do grão - redução que poderá ser ampliada pelas conseqüências do fenômeno climático "El Niño", já em curso. Se assim for, a produção deverá ficar abaixo de 11 milhões de toneladas.

O mercado interno do grão, portanto, mesmo vindo a ter uma oferta superior aos 10,5 milhões de toneladas da safra 01/02, não deverá se livrar dos preços altos e das pressões pela importação do produto. A "colaborar" com esta situação, as produções de arroz da Argentina e do Uruguai - em que pesem as graves crises por que passam os dois países - estão calculadas em cerca de 780 mil toneladas cada uma. Estima-se em 155,9 mil hectares a área total de arroz que está sendo plantada na Argentina e em 130 mil hectares no Uruguai.

Segundo César F. Silva, do Instituto CEpa/SC, em relação à última safra colhida, estes números expressam: aumentos de 23,5% na produção e de 26% na área, e um decréscimo de 2% na produtividade argentina (de 5.100 kg/ha para 5.000 kg/ha); decréscimos de 7,5% na produção e de 17% em área cultivada,e um acréscimo de produtividade uruguaia de 12% (de 5.370 kg/ha para 6.000 kg/ha).

A partir dessas produções, ter-se-á um suprimento de 2.031mil toneladas nos dois países (1.030 mil na Argentina e 1.040 mil no Uruguai). Os excedentes exportáveis, gerados nesses dois países, a serem direcionados para o mercado brasileiro seriam, então, de 1,05 milhão de toneladas. Isto, sem contar a extraordinária elevação da demanda, derivada da aplicação do programa de combate à fome no futuro governo Lula. O mercado do produto não apresenta novidades em relação às semanas anteriores, ou seja, persiste o ritmo lento de negócios, efetuados em pequenas quantidades e a preços aquecidos.

Por isso, foram realizados novos leilões de venda de arroz estocado no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Mato Grosso. Nos dois estados sulinos, como esperado, o pregão eletrônico comercializou a quase totalidade da oferta. Mais precisamente, vendeu 97,7% (5,46 mil toneladas) de 5,59 mil toneladas.

Em Mato Grosso, realizaram-se três leilões, envolvendo 121,5 mil toneladas. No primeiro deles, foram ofertadas e comercializadas 1,15 mil toneladas de arroz de baixo padrão oriundo de AGF. No segundo pregão, ofertaram-se 101,2 mil toneladas e negociaram-se 23 mil toneladas (22,7%). No terceiro leilão, transacionaram-se 9,9 mil toneladas (58,2%) das 17 mil toneladas postas à venda.

O movimento de alta dos preços vem perdendo fôlego. É o que mostra sua evolução nos últimos quinze dias no atacado paulistano, onde a saca de 60 quilos do arroz agulhinha tipo 1 caiu 4,1% (de R$ 72,50 no dia 13/11 para os atuais R$ 69,50). O tipo 2 caiu 3,6% (de R$ 68,59 para R$ 66,00).

Os produtores catarinenses receberam, hoje, por 50 quilos de arroz em casca, com 58% a 59% de inteiros, R$ 25,00 nas praças de Rio do Sul e Jaraguá do Sul - as mesmas de quinze dias atrás. No sul do estado, esses mesmos preços caíram R$ 1,00 (de R$ 28,00 para R$ 27,00).

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