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Apesar da perda, produtor dispensa hedge

O produtor rural usa muito pouco os instrumentos de proteção de moeda


Apesar de há três safras amargar prejuízos por conta de diferenças entre o câmbio de plantio e o de comercialização, o produtor rural usa pouco os instrumentos de proteção de moeda. Os chamados contratos futuros de câmbio apresentaram procura maior este ano em algumas corretoras de mercado, no entanto, ainda muito abaixo do potencial existente.

A estimativa do Banco do Brasil (BB) é de que exista em torno de R$ 10 bilhões a serem explorados nesse mercado, somente entre os clientes de agricultura empresarial da instituição. "Mas, no caso do hedge de preço do produto, que é um dos mais procurados entre os instrumentos de proteção futura, apenas R$ 500 mil foram contratados no ano passado", diz Rogério Pio, gerente-executivo da Diretoria de Agronegócios.

O consultor agrícola da Spinelli Corretora, Silvio Alface, explica que este ano dez clientes procuraram pelo instrumento de proteção cambial, número três vezes maior que em 2006. "No entanto, se considerarmos que temos 200 a 250 clientes na nossa carteira agrícola, esse volume é ainda muito pequeno".

Além de falta de informação, a baixa demanda se deve aos valores mínimos exigidos na contratação, que acabam restringindo a operação a médios e grandes produtores. O contrato "cheio" de dólar futuro exige operação mínima de US$ 50 mil. "Há o contrato mini de dólar, de US$ 5 mil, no entanto, só tem liquidez no curto prazo. Como o hedge é feito para a época da comercialização, neste caso, para maio de 2008, esta é a limitação dos minis", diz.

Na tentativa de aumentar o número de contratos futuros de câmbio, o Banco do Brasil (BB) reduziu há dois meses o limite mínimo de contratação de US$ 100 mil para US$ 30 mil. Desde então, o banco liberou US$ 7,4 milhões para esse hedge de moeda. "Ampliamos bastante o acesso, mas ainda não está acessível a produtores de pequeno porte", avalia Pio, do BB. A intenção do banco é que o produtor no momento de contratação do custeio também contrate, além do hedge de preço, também o de moeda e o de intempéries climáticas (seguro rural).

Segundo Pio, não há projeções para contratação de todos esses instrumentos em 2007. "Nos contratos de hedge de preço, a projeção é crescer 20%", diz. Essa perspectiva tem com estímulo a liberação pelo governo federal de R$ 100 mil, com juros de 8,75% ao ano, para que o produtor possa contratar hedge de preço.

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