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Apoio do governo para estoques de etanol é avaliada como tardia

MP concede até R$500 mi ao ano às indústrias com custos menores


MP concede subsídios de até R$ 500 mi ao ano às indústrias com custos menores nos empréstimos

Apoio do governo federal para formação de estoques de etanol no Brasil chegou tardiamente, segundo representantes do setor sucroalcooleiro mato-grossense. Medida provisória nº 554, publicada no Diário Oficial da União na segunda-feira (26), pode conceder subsídios de até R$ 500 milhões por ano às indústrias, por meio de redução de custos na captação de recursos junto aos bancos, quando destinados à formação de estoques do produto.


Intenção é garantir o abastecimento de etanol e conter a escalada de preços durante a entressafra. Para representantes do segmento medida mais urgente é o apoio à produção do biocombustível, com redução de custos a partir da criação de linhas de crédito específicas para o cultivo de cana-de-açúcar e redução dos tributos. Críticas são estendidas ao prazo demandado para aprovação da medida, que acabou coincidindo com a entressafra da cana-de-açúcar.

Diretor do Sindicato das Usinas Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindálcool), Jorge dos Santos, afirma que nesta época todo etanol produzido e estocado pelas indústrias até a próxima colheita já está comprometido. “Isso deveria ter sido feito em junho ou julho, porque seria possível planejar a produção e distribuição”. Em Mato Grosso, cerca de 75% da cana é destinada à produção de etanol e 25% para fabricação de açúcar. Segundo
Santos, em 2012 a colheita deve ser antecipada para o mês de março, com previsão de 13,9 milhões de toneladas de cana, após a renovação de 20 mil hectares de canavial. Produção total de 13,545 milhões de toneladas nesta última safra foi obtida com o plantio de 220 mil (ha).


Santos diz que para atender o contínuo aumento da demanda por etanol, a produção brasileira de cana deverá alcançar, até 2015, 150 milhões (t). Produção atual tem mantido indústrias de Mato Grosso operando com  capacidade ociosa. “No Estado, a produção vinha caindo e neste ano só não foi um desastre por causa da  entrada da ETH Bionergia no mercado”. Segundo relato do presidente da Barrálcool, João Petroni, o governo federal tem adotado medidas que comprometem o abastecimento do mercado interno, ao invés de favorecê-lo. “Agora mesmo foi liberada a venda de etanol brasileiro para os Estados Unidos, mas como se não temos nem para o consumo interno?”.

Diretor do Sindálcool opina que se o mercado internacional remunerar melhor, a produção será destinada à exportação. Para Petroni, o governo quer incentivar a estocagem sem que haja produção. Gerente de negócios da agência empresarial do Banco do Brasil em Mato Grosso, Leonardo Carrijo, diz que o financiamento específico para o setor sucroalcooleiro, com prazos maiores, deve ser aprovado em 2012. “Realmente há necessidade de  crédito específico, com prazos mais alongados”.

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