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Após 2 meses em queda, preços ao produtor avançam 0,03% em março

Os alimentos voltaram a cair em março


O Índice de Preços ao Produtor (IPP) interrompeu dois meses seguidos de queda ao registrar ligeira alta de 0,03 por cento em março, puxado pelos preços do refino de petróleo, produtos metalúrgicos e químicos.

Os alimentos, considerados pelo governo como o vilão da inflação no varejo, voltaram a cair em março, em um movimento que deve chegar aos preços ao consumidor um pouco mais a frente, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"O efeito mais forte da safra sobre os preços já aconteceu. Apesar de reduzir o ritmo de queda, os alimentos ainda foram importantes para conter a alta que veio de petróleo, químicos e metalurgia", disse o pesquisador do IBGE Manuel Campos Neto nesta sexta-feira.

"A safra recorde de soja está derrubando preços", completou.

O IBGE revisou o dado do IPP de fevereiro para queda de 0,35 por cento, ante recuo de 0,33 por cento anunciado anteriormente. Em janeiro os preços ao produtor caíram 0,10 por cento.

Com o resultado de março, o IPP apresenta alta de 6,64 por cento no acumulado em 12 meses, desacelerando ante alta de 7,71 por cento até fevereiro.

Em março, 13 das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta de preços na comparação com o mês anterior, com destaque para madeira, que com alta de 1,61 por cento. Também subiram os preços de confecção de artigos do vestuário e acessórios (1,35 por cento), por conta do lançamento das coleções de inverno, e os de metalurgia (1,09 por cento).

Destaque também para os preços de refino de petróleo e produtos de álcool, com alta de 0,95 por cento, acumulando em 12 meses, 9,74 por cento.

Por sua vez, os preços dos alimentos caíram pelo terceiro mês seguido na comparação com o mês anterior, com queda de 1,25 por cento em março. Porém, o ritmo da queda diminuiu, após recuos de 1,52 por cento em janeiro e de 2,58 por cento em fevereiro.

"Apesar da diferença de metodologia e produtos, em algum momento essa queda dos alimentos no IPP vai aparecer no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)", disse Neto.

PETRÓLEO E METALURGIA

As maiores influências sobre o indicador em março, segundo o IBGE, vieram de alimentos (-0,24 ponto percentual), refino de petróleo e produtos de álcool (0,11 ponto), metalurgia (0,08 ponto) e outros produtos químicos (0,05 ponto).

A alta no refino de petróleo, segundo o IBGE, está relacionada ao aumento no preço do diesel, que representa 50 por cento do grupamento. Já a alta dos metalúrgicos e dos químicos refere-se à recuperação de preços do aço e da nafta nos últimos meses.

"Os adubos químicos e fertilizantes, por conta da safrinha de milho, também pressionaram o grupo produtos químicos", completou Neto.

O índice mede os preços "na porta das fábricas" e não inclui os custos com frete e impostos que influenciam os preços ao consumidor.

Com a inflação em alta, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic na semana passada em 0,25 ponto percentual, a 7,50 por cento, destacando o nível elevado e a dispersão do aumento dos preços.

Os preços vêm mostrando claros sinais de resistência, com a inflação chegando a estourar o teto da meta do governo, de 6,50 por cento no ano. Em março, o IPCA registrou alta 6,59 por cento em 12 meses e, em abril, o IPCA-15 --sua prévia-- mostrou avanço de 0,51 por cento, acumulando 6,51 por cento em 12 meses.

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