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Após compra, Dow deve dobrar fatia em milho

A fatia da Dow está entre 8% e 10% e deve alcançar 16% a 20% desse mercado com a compra da Agromen Tecnologia, divisão de sementes do grupo Agromen


Com a compra da divisão de sementes de milho da Agromen, a maior empresa nacional do segmento, a americana Dow AgroSciences deve dobrar a sua participação no mercado de sementes de milho no Brasil. A fatia da Dow está entre 8% e 10% e deve alcançar 16% a 20% desse mercado com a compra da Agromen Tecnologia, divisão de sementes do grupo Agromen, informou José Manuel Arana. O executivo, que vai presidir a empresa recém-adquirida, ocupava a diretoria de marketing de agroquímicos da Dow AgroSciences e também já esteve à frente da diretoria de sementes da multinacional americana no Brasil.

Aumentando a fatia no mercado de híbridos de milho, hoje dominado pela também americana Monsanto, a Dow AgroSciences subirá do quinto lugar para a terceira posição no ranking brasileiro, informou Arana. Ficará atrás da Pionner e passará à frente da Syngenta nesse segmento que movimenta 8 milhões a 10 milhões de sacas de sementes por ano - ou estimados R$ 1,5 bilhão - , segundo o executivo.

Arana afirmou que, sendo o Brasil o terceiro maior produtor mundial de milho, "não é possível não participar de um mercado tão grande". E a decisão de crescer em sementes de milho no Brasil se encaixa, disse ele, na estratégia da Dow de focar "a cultura nos mercados mundiais".

Segundo Arana, a alta demanda por milho para etanol nos Estados Unidos e a perspectiva de que isso abra mercado para o produto brasileiro no mercado externo estimularam a decisão da Dow AgroSciences, que negociava a compra da divisão de sementes de milho da Agromen desde março do ano passado.

"Entre cinco e 15 anos, o Brasil pode se tornar o maior exportador mundial de milho", previu José Manuel Arana. Além do espaço a ser ocupado no mercado internacional, Arana avalia que o Brasil alcançará esse posto por meio da melhora da produtividade de suas lavouras. Nas estimativas do executivo, com o incremento de tecnologia, o país pode ampliar a produtividade entre 20% e 30% e, em consequência, a produção em 30% a 50% em 10 anos.

Junto com a Agromen Tecnologia, a Dow AgroSciences, que fatura US$ 3,5 bilhões no mundo, quer fazer parte desse crescimento. A operação entre as duas empresas, cujo valor é mantido em sigilo, inclui o banco de germoplasma, além de três unidades de beneficiadoras em Guaíra (SP), Capinópolis (MG) e Rio Verde (GO).

Segundo Arana, a Agromen Tecnologia faz cerca de 7 mil cruzamentos e lança dois híbridos anualmente. Com os híbridos da Agromen, a Dow espera obter uma fatia de mercado de sementes de menor tecnologia e de baixos custos, que tem como clientes agricultores familiares e cooperativados.

Ele explicou que a Agromen Tecnologia terá um modelo de gestão separado da Dow, mas as sinergias na produção e desenvolvimento serão aproveitadas. Um exemplo é em transgênicos. A Dow AgroSciences pretende, utilizar "logo" a sua tecnologia de milho BT, o Herculex, resistente a insetos, nos híbridos da Agromen. A variedade está sob análise da CTNBio - Comissão Técnica Nacional de Biossegurança para liberação comercial.

A Agromen é a sexta aquisição da Dow AgroSciences em sementes de milho. Entre 1998 e 1999, a comprou cinco empresas do setor no país: a Colorado, a Dinamilho, a Hata, a FT e a Zeneca.

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