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Após longa estabilidade, preços do ovo recuam

No sábado, após quase 30 dias de negociações por um valor estável, o preço pago sofreu recuo próximo de 4%


Após três meses (uma estação do ano) de altas, estabilidade de preços e mercado firme, o ovo começa a enfrentar problemas decorrentes do aumento de oferta. A ponto de os preços praticados já não mais se sustentarem: no sábado, após quase 30 dias de negociações por um valor estável, o preço pago sofreu recuo próximo de 4%, o que fez com que a caixa do branco extra fosse comercializada no atacado da cidade de São Paulo por um valor médio de R$53,00.

Como há um mês, na mesma data, o produto foi negociado por R$54,00/caixa, obtendo nova alta a seguir, doravante seus preços seguem negativos em relação a julho/12. Além disso, conforme se comporte o mercado nos 11 dias restantes para o fechamento de agosto corrente, o produto corre o risco de retroceder a um preço médio inferior ao do mês passado (por ora, há um incremento próximo de 4%).

Naturalmente, parte da perda de sustentabilidade do mercado é devida à época do mês – segunda quinzena, período em que os negócios refluem de maneira significativa. Porém, acima da sazonalidade mensal parece prevalecer nas condições de comercialização a sazonalidade estacional, um processo que se poderia chamar, também, de “síndrome do final do inverno”. Ou seja: com a aproximação da primavera e o aumento da luminosidade diária, os níveis de produtividade do plantel de poedeiras aumentam naturalmente e acabam gerando sobreoferta de ovos.

Repetindo, é uma ocorrência natural, que tem se refletido de forma natural no mercado de ovos. Tanto que, analisado o comportamento do setor entre 2002 e 2011, é possível constatar que em sete desses dez anos (70% dos casos) o preço médio de agosto foi inferior ao de julho.

O que mais preocupa, porém, é que esse processo não cessa em agosto, estende-se até setembro. E, aqui, o resultado negativo em relação ao mês anterior se amplia para 90% dos dez anos analisados. Ou seja: como em toda regra, houve uma exceção.

Em situações normais de produção, ocorrências do gênero têm sido absorvidas como “parte do jogo” - são rotineiras. Mas não nas condições atuais, em que - com a elevação dos custos das matérias-primas – a remuneração recebida mal cobre os custos de produção.

Isso solicita a máxima atenção por parte do setor produtivo. Que, na contingência de ver o mercado deteriorar-se, precisa antecipar-se e iniciar imediatamente o descarte de poedeiras mais velhas. Em outras palavras, é preciso agir com urgência. E o pior que se pode fazer numa situação dessas é não fazer nada.

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