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Aprosoja/MT está monitorando qualidade dos fertilizantes

Volume de irregularidades nas amostras colhidas no ano passado chegou a 35%


Volume de irregularidades confirmado nas amostras colhidas no ano passado chegou a 35% e despertou maior interesse sobre as formulações

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), está monitorando a qualidade dos fertilizantes vendidos aos agricultores mato-grossenses neste atual ciclo (10/11). A decisão foi tomada a partir da constatação, no ano passado, de que 35% das amostras estavam abaixo do padrão. “Fizemos a coleta de 300 amostras nas lavouras e chegamos a essa conclusão, por isso estamos intensificando esse trabalho nesta safra”, informou o gerente técnico da Aprosoja/MT, Luís Nery Ribas. O Mapa foi comunicado e também está auxiliando a entidade fazendo a análise das amostras colhidas. As informações sobre a desconformidade do produto foram passadas aos produtores.

Este ano, segundo o diretor administrativo da Aprosoja/MT, Carlos Fávaro, foram colhidas mais de 500 amostras de fertilizantes, atendendo à recomendação do Mapa.

“É um trabalho que visa apoiar o produtor, no sentido de que ele não tenha prejuízos com a ineficiência de fertilizantes químicos”, explicou. “Na medida em que criamos a fiscalização, temos certeza de que haverá menos alterações nas fórmulas, pois as empresas sabem que estão sendo vigiadas e podem ser punidas”.

Entre as irregularidades está a alteração da quantidade de produtos ativos, o que torna o produto menos eficiente. “Detectamos variações de até 40% na composição das fórmulas. Isso gerou prejuízos para o produtor, que foi obrigado a desembolsar mais com a compra de adubos ou teve quebra de produtividade porque o produto adquirido tinha nutrientes em quantidade abaixo daquilo que a lavoura necessitava”, explicou.

Este ano, só no primeiro semestre, o Mapa apreendeu em todo o país 10,8 mil toneladas de adubos químicos de um total de 314,1 mil toneladas fiscalizadas. As principais irregularidades encontradas foram nas embalagens e na quantidade declarada de nutrientes nos rótulos dos produtos. “Essa fiscalização faz parte da rotina dos técnicos do ministério e dos órgãos estaduais e é importante para garantir a qualidade dos fertilizantes que chegam aos produtores rurais", ressalta o coordenador do Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas do Mapa, Hideraldo Coelho.

CONSUMO - Estima-se que o consumo de fertilizantes nas lavouras de Mato Grosso, no primeiro semestre deste ano, tenha alcançado 1,81 milhão de toneladas, incremento de 8,78% em relação ao mesmo período de 2009, quando foram consumidas 1,66 milhão de toneladas. Em todo o país, o consumo de adubos até o mês de junho atingiu 8,62 milhões de toneladas, contra 8,27 milhões de toneladas registradas no mesmo período do ano passado.

O aumento do consumo de fertilizantes pelos produtores rurais mato-grossenses se deve, principalmente, ao cenário positivo observado na cultura do algodão. Além disso, a safrinha de milho também foi responsável pela alta no uso do insumo.

Conforme o Mapa, as importações de fertilizantes, nos seis primeiros meses deste ano, registraram 5,9 milhões de toneladas, contra 3,3 milhões em 2009. Já a produção cresceu de 3,7 milhões de toneladas para 4,2 milhões de toneladas neste semestre.

CUSTO – De acordo com os estudos, os fertilizantes se destacaram como os maiores encargos no custo de produção do milho e soja na safra 09/10. A participação dos fertilizantes, no custo de uma lavoura, variou entre 30% e 39% do valor desembolsado para produzir um hectare, ficando entre R$ 157,50 e R$ 315, de um custo total que varia de R$ 898 a R$ 1.283.

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