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Aprosoja/MT propõe novos padrões ao grão de soja

As perdas, pela cotação atual, podem variar de R$ 990 a R$ 495, por cada carreta entregue


O produtor planta, colhe, vende, mas na hora de entregar a soja para as tradings ou armazéns, muitas vezes acaba tendo prejuízos porque a classificação do produto, para efeito de aplicação dos “descontos” sobre impurezas e grãos avariados, nem sempre é feita de forma correta pelas empresas. As perdas, pela cotação atual, podem variar de R$ 990 a R$ 495, por cada carreta entregue, considerando 27 toneladas.

De acordo com estudos da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja/MT), os “descontos” sobre uma carga podem chegar a até 10%. Em média, as perdas para o produtor giram em torno de 5%. Numa carreta de 27 toneladas, ao preço de R$ 22, o produtor pode perder até 2,7 toneladas, ou 45 sacas, o equivalente a R$ 990. Considerando o desconto médio de 5%, a perda chega a R$ 495 por carreta de soja.

Para tentar corrigir esta distorção, a Aprosoja está propondo a “uniformização” dos procedimentos dos descontos. Um estudo técnico está sendo encomendado à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), à Escolar Superior da Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), ao Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea/MT), Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec) e Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) para propor uma “fórmula correta” no cálculo dos descontos.

“Normalmente, as empresas aplicam o desconto sobre a carga bruta. Por exemplo: se o produtor chega com uma carga de 27 toneladas, a trading ou armazém faz a coleta, verifica o percentual de impureza e aplica o cálculo sobre todo o lote, sem levar em contra outros itens, como umidade e grãos avariados. O mesmo índice, portanto, é aplicado para toda a carga, o que acaba gerando uma perda acumulada para o produtor”, argumenta o vice-presidente da Aprosoja para a região Oeste, Glauber Silveira.

Ele entende que é errado aplicar o desconto sobre a carga bruta. “Toda vez que isso ocorre pode estar havendo perdas. Temos informações de cargas que foram negativadas no momento da entrega. Ou seja, o produtor, mesmo entregando a produção, ainda ficou devendo para a empresa”.

Uma reunião já foi realizada em São Paulo entre a Aprosoja e a Anec para discutir os novos padrões de classificação de soja. “A proposta é de que seja realizado um estudo técnico imparcial que demonstre quais devem ser os procedimentos para os descontos nas cargas do produto”, explica Glauber, informando que em janeiro os produtores voltam a se reunir com representantes da Anec para formatar o novo modelo.

“Estamos, na realidade, buscando um consenso entre a indústria e produtores, para que ninguém saia perdendo. Queremos discutir uma nova metodologia de descontar a impureza, a umidade e os produtos estragados. Vamos buscar uma definição técnica para a uniformização dos padrões, pois os sojicultores não podem ter mais prejuízos na hora de entregar seus produtos”, argumenta o vice-presidente para região Oeste.

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