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Área plantada com cana cresce 15% em São Paulo

O aumento ocorre em meio à polêmica de que a expansão pode gerar fome no futuro, ao tomar terras propícias à produção de alimentos


O incentivo à produção de álcool no país fez com que a área cultivada com cana-de-açúcar crescesse 15% em São Paulo neste ano em comparação com o ano passado. O aumento ocorre em meio à polêmica de que a expansão pode gerar fome no futuro, ao tomar terras propícias à produção de alimentos. Relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) critica esse avanço da cana. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebate. Ele diz que a "cana só ocupa 1% das terras agricultáveis". O Brasil é o maior produtor de biocombustível derivado da cana.

Na safra 2007/2008, há 4,2 milhões de hectares com cana-de-açúcar só em São Paulo (o que inclui uma área de reforma -cuja cana já foi plantada, mas só será colhida em 2008). Eram 3,6 milhões na safra 2006/ 2007. Os dados são do Canasat, projeto do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que mapeia a área plantada por meio de imagens de satélite.

Segundo Bernardo Rudorff, que coordena o Canasat, não é possível dizer se há perda de outras culturas em razão da expansão da área de cana. "O que as imagens mostram é que mais da metade do avanço da cana em São Paulo ocorreu em cima de áreas de pastagem, principalmente no noroeste do Estado. Na região, a quantidade de terras plantadas aumentou muito à medida que foram se instalando novas usinas."

Houve aumento da área também em Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. Em toda a região centro-sul, o crescimento foi de 18%, ou seja, 926 mil hectares a mais do que no período passado. Ao todo, são 6 milhões de hectares cultivados.

Para o diretor-técnico da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Antonio de Pádua Rodrigues, não há competição da cana com áreas de alimentos. "A expansão se deu em áreas degradadas. Foi em direção ao oeste de São Paulo, a Mato Grosso do Sul, ao sul de Goiás, locais em que se compete com pastagem. Houve alguma área com soja prejudicada [em São Paulo], mas aqui praticamente não há essa cultura."

Segundo ele, mesmo que a área de cana dobre em cinco anos no país, será "muito menor" que a de grãos. "Vai chegar a ocupar não muito mais que 3% das áreas agricultáveis".

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