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Argentina: Restrições na China dispara preço de agroquímicos

Mudança deve beneficiar produtores de agroquímicos no país vizinho


O governo chinês está impondo novos padrões de cuidado do meio ambiente que aumentam os custos de energia para muitas indústrias e está forçando outras a fecharem. Isso gera menor oferta de insumos no mercado mundial e preços mais altos. De acordo com Sebastián Calvo, presidente da empresa argentina Red Surcos, isso está provocando uma disparada de preços de agroquímicos no país vizinho.

“A China está diminuindo drasticamente sua indústria de agroquímicos e está fazendo isso basicamente por questões de meio ambiente”, resume Calvo. Há oferta menor para as indústrias e um nível de preços maior. Desta maneira, aumentaram sensivelmente os custos de produção. Isso general que muitas empresas aumentem seus preços e outras diretamente fecham porque não podem enfrentar a nova estrutura de custos.

“Setores como o aço ou a indústria química, que produzem historicamente na China muito mais do que o mundo necessita, eram responsáveis de inundar o mercado global com produtos a baixos preços, mas a diminuição drásticas do que se está vendo no país por essas mudanças já está gerando uma diminuição muito importante nessa oferta com um impacto claro na subida de preços”, explicou Calvo.

Calvo acredita que ficará “só um terço” das empresas que fornecem insumos para a indústria de agroquímicos que na atualidade. “Os chineses se haviam posicionado como líderes absolutos por baixos custos, mas agora o cenário mudou. A mudança para a Índia como fornecedor central já se está dando em produtos chave como o clorpirifos, mancozeb ou piretróides, mais econômicos em empresas indianas que chinesas hoje em dia”, afirmou o presidente da Red Surcos.

De qualquer forma, o executivo explica que a mudança não será sensível para a indústria argentina que compra muitos insumos da China para produção própria porque mudar de empresa fornecedora implica, por exemplo, fazer novamente muitos trâmites que têm a ver com regulamentações, aprovação de produtos, etc.

São questões que são feitas durantes muitos anos de trabalho e que não poderiam mudar de um dia para o outro, segundo o presidente da Red Surcos. No mercado argentino, o glifosato já subiu 20% em apenas dois meses. “Tem a ver diretamente com essa questão. Não há outros motivos”, explicou Calvo.

Os produtos que sofrerão mais mudanças em seus preços serão os herbicidas, mas também haverá modificações para os fungicidas e inseticidas. Segundo Calvo, essas mudanças têm uma correlação positiva para as empresas que produzem na Argentina. “Agora teremos uma concorrência mais leal, mais parelha, porque será mais difícil que entre ao país um produto terminado com preços tão baixos como antes”, analisou.

 

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