Argentina certifica plantio direto
O projeto foi apresentado ontem no primeiro dia do 24º Seminário Cooplantio, no Hotel Serrano, em Gramado
A Argentina planeja massificar a certificação de propriedades que cultivam no sistema de plantio direto em 2010. O projeto, que busca gestão de qualidade que permita ao agricultor obter diferencial de preço e preferência no acesso a mercados, foi apresentado ontem no primeiro dia do 24º Seminário Cooplantio, no Hotel Serrano, em Gramado.
A inovação já foi implantada por parte dos filiados à Associação de Produtores de Plantio Direto da Argentina. Segundo o responsável pelo projeto Agricultura Certificada, Andrés Sylvestre Begnis, esse é um passo na evolução do sistema, que ocupa 17 milhões de ha no país e proporcionou avanços nos últimos 20 anos, como a redução de 96% da erosão. Ainda está alinhado com esforços para diminuir o embate entre produzir mais alimentos e garantir sustentabilidade ambiental.
A certificação depende do cumprimento de exigências de boas práticas agrícolas, além do registro de 14 indicadores agronômicos e de gestão ambiental, explicou Begnis. O atestado é emitido após a auditoria de certificadoras independentes. "Esperamos que os produtores possam qualificar o diagnóstico das suas empresas, tomar melhores decisões e obter maior rentabilidade."
O projeto argentino vai ao encontro da tendência de "descomoditização". José Luiz Tejon, professor de pós-gradução da Fundação Getúlio Vargas, acredita que isso levará ao estreitamento do diálogo entre agronegócio e consumidor.
No RS, não há nada parecido. Segundo o gestor da Unidade de Soja da Cooplantio, Marcelo Faria, cooperativas trabalham em formato de certificação do produto com base nas exigências dos importadores. Segundo ele, é preciso correr, pois a falta do atestado pode ocasionar perda de mercado para o segmento.
