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Argentina divulga vinho no mercado brasileiro


As vinícolas argentinas gastaram US$ 200 mil para garantir que a chegada do inverno no Brasil seja celebrada com uma bebida à altura. Este mês, 46 "bodegas" promovem degustação de cerca de 300 vinhos nas principais cidades do País. Recife e Salvador já experimentaram os vinhos argentinos. Hoje, o evento acontece em Brasília e, em seguida, em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. É a sétima edição da campanha de estímulo ao consumo de vinho argentino no País.

Proprietários e representantes de empresas como Fecovite, Finca Flichman, Bodega JF Lurton, Luigi Bosca, Medrano Estate, Pascual Toso e Santiago Graffigna farão seu marketing direto para um público seleto do trade e formadores de opinião.

O investimento, patrocinado pela Wines of Argentina, organização que reúne os maiores exportadores, parece que está valendo a pena. De acordo com dados da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), as importações brasileiras de vinho argentino aumentaram de 644 mil litros, em 1996, para 5,7 milhões de litros no ano passado – o equivalente a 650 mil caixas de 12 garrafas ou a US$ 10 milhões, ou ainda 6% das exportações argentinas. E começam a incomodar os produtores nacionais.

O coordenador da Wines of Argentina, Mário Jordano, insinua que este crescimento é só o começo, e que as metas são ambiciosas. Segundo ele, já no primeiro semestre de 2004 as vendas para o Brasil aumentaram quase quatro vezes em comparação com o mesmo período do ano passado. "Ainda este ano queremos ser o principal exportador de vinho para os brasileiros", destaca.

No ranking das importações brasileiras, a Argentina está em terceiro lugar, atrás do Chile e da Itália. "Mas estamos encostando", acrescenta Jordano. Segundo a Uvibra, 53,5% de toda a bebida consumida no País vêm de outros países - um índice que só cresce desde 1996, quando era de 35%. O Brasil é o quarto maior destino das exportações de vinho da Argentina, atrás apenas dos Estados Unidos, Reino Unido e Canadá.

Para Jordano, o crescimento no Brasil se dá por vários motivos. "Principalmente pela boa relação custo/benefício", diz, acrescentando que isso só foi possível com a paridade do peso e o alívio nos impostos permitido pelo Mercosul. Mas a ampliação do mercado também se deve, é claro, ao aperfeiçoamento do vinho argentino a partir da década de 90. Basta ver os números. Em 1991, as exportações daquele país não chegam a US$ 20 milhões. Em 2003, foram de US$ 140 milhões. Atualmente, a Argentina é o quinto maior produtor de vinhos do mundo, atrás da França, Itália, Espanha e EUA.

Segundo a Wines of Argentina, as bodegas investiram em tecnologia e deram um salto de qualidade, o que colocou seus vinhos à altura dos bons produtos das chamadas regiões emergentes, como Califórnia, Chile e Austrália. Mais recentemente, as condições climáticas de 2003 e, em especial, de 2004, favoreceram ainda as colheitas e deixaram os produtores entusiasmados. A atual safra é considerada a melhor dos últimos dez anos. Foram produzidos 1,2 milhão de litros, 20% para exportação. Jordano explica que o inverno foi frio e seco, seguido por uma primavera seca e ensolarada. As frutas ficaram mais doces, o que explica a produção de melhor qualidade.

O consumo per capita de vinho no Brasil é 1,8 litros por ano. Os estados que mais consomem são Rio Grande do Sul (3,7 litros), São Paulo (3,02 litros), Espírito Santo (2,38 litros), Santa Catarina (1,98 litros) e Rio de Janeiro (1,89 litros). Na Argentina o consumo fica entre 32 e 34 litros por pessoa por ano. Já foi ainda maior. Na década de 80, quando a renda é mais elevado, o consumo era de 76 litros por habitante.

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