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Argentina fere regras do Mercosul, diz Abitrigo

O governo da Argentina fere as regras do Mercosul diante da decisão de reter as licenças de exportação do trigo


O governo da Argentina fere as regras do Mercosul diante da decisão de reter as licenças de exportação do trigo, já que os países do bloco são livres para circulação de mercadorias, segundo declarou o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), Luiz Martins.

Entre os países do bloco, o Brasil é o principal prejudicado por ser o maior comprador do cereal argentino. Em março deste ano, o governo do país vizinho embargou as vendas do grão para garantir o abastecimento interno e controlar a inflação. Até agora, não retomou as vendas. As informações obtidas até agora, diz Martins, são de que o governo daquele país não concederá as licenças dos novos contratos para a exportação da nova safra, que começa a ser colhida em novembro.

"Nunca passei por uma situação dessa’’, reclamou o executivo que é também presidente do Moinho Anaconda. O analista da Safras & Mercado, Elcio Bento, confirma que a decisão argentina fere o acordo do bloco. Segundo a consultoria, as tradings da Argentina já declararam vendas de 4,38 milhões de toneladas do grão, dos quais 52% devem ser para o Brasil (2,2 milhões). Mas os contratos só serão oficializados quando a safra começar a ser colhida. Essa foi a primeira vez que a Argentina tomou tal decisão. Mesmo em períodos de entressafras, ela nunca havia fechado os contratos de exportação. A escassez do grão é mundial. A Rússia, o quarto exportador do cereal, também prevê embargar as vendas na atual safra para controlar a inflação. O preço do cereal já é histórico.

Ontem na Bolsa de Chicago (CBOT), a cotação bateu recorde pela terceira vez seguida. O contrato para dezembro saiu a 890,5 centavos de dólar por bushel, com alta de 3,36%. O forte aumento foi influenciado pelas expectativas da divulgação do relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), hoje, que deve trazer queda nas previsões para a produção e os estoques do cereal, devido ao clima desfavorável ao plantio da Austrália. Segundo Martins, os moinhos estão sendo abastecidos com o trigo nacional.

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