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Argentina mantém proibição para exportações de soja

Presidente argentino quer evitar que exportadores driblem aumento de imposto


O presidente Néstor Kirchner ordenou o fechamento do mercado de exportação de soja até segunda-feira. A decisão foi adotada com base na medida decretada na quinta de aumentar, de 24% para 27,5%, o imposto cobrado sobre as exportações de soja e derivados. A suspensão das exportações foi para evitar que os exportadores tentassem antecipar suas vendas de farinhas e óleos de soja para driblar o aumento do imposto.

Segundo fonte da Secretaria de Agricultura, as exportações só serão retomadas a partir da publicação, no Diário Oficial, da resolução que determina o aumento do imposto, para que o novo regime entre em vigor. A decisão do governo foi anunciada na quinta-feira e a arrecadação servirá para subsidiar os alimentos da cesta básica. Até quinta, as declarações de vendas externas de soja chegavam a 10 milhões de toneladas das 43 milhões que o governo projeta produzir nessa safra de 2006/07. As que já foram declaradas pagarão impostos de 23,5% para os grãos, enquanto que os derivados pagarão 20%, segundo o regime anterior.

O setor reagiu mal aos anúncios da ministra de Economia, Felisa Miceli, assim como o mercado. As cotações dos negócios com a soja caíram 5%, chegando ao menor valor deste outubro passado (580 pesos, mais ou menos US$ 187). As entidades ruralistas repudiaram a decisão de Kirchner e declararam um novo estado de alerta, o qual poderá chegar a um boicote dos produtores. Para o vice-presidente da Confederação Rural de Buenos Aires e La Pampa, Pablo Orsolini, na próxima semana haverá uma série de assembléias da entidade para definir que tipo de protesto será realizado.

O presidente da Sociedade Rural da Argentina, Luciano Miguens, lamentou que o aumento de imposto seja “o único caminho que o governo sempre encontra para resolver os problemas do campo ou para subsidiar a cesta básica”.

Os economistas argentinos duvidam da eficiência do aumento de imposto das exportações da soja e derivados para subsidiar alimentos e conter a inflação dos laticínios e farinhas. “Este tipo de medida não reduz a inflação”, afirma Aldo Abram, diretor da consultoria Exante. Ele critica duramente a política de preços de Néstor Kirchner ao dizer que “o governo está colocando emplastros que geram mais ineficiência na economia em geral”.

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