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Armazenagem da safrinha causa preocupação no Mato Grosso e Goiás

Falta espaço nos silos da região


Expedição Milho Brasil conclui sondagem de lavouras de inverno no Centro-Oeste do país e constatou falta de espaço nos silos da região

A falta de estrutura para armazenamento da segunda safra de milho está preocupando os produtores do cereal no Centro-Oeste do Brasil. Com potencial para produzir perto de 40 milhões toneladas de milho safrinha, o desafio do país agora é estocar parte da produção que não foi comercializada ainda.

Segundo Guilherme Haluska, analista de mercado da consultoria FCStone e integrante da Expedição Milho Brasil 2013, a supersafra de milho de inverno em 2012 fez com as exportações se estendessem até janeiro deste ano. Situação que, combinada com outros gargalos logísticos, fez com que o milho disputasse espaço para exportação com a soja nos primeiros meses do ano. “Com esse atraso do escoamento, é provável que ainda haja estoques da soja quando a safra de milho começar a ser colhida”, comenta.

Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) revelam que a comercialização do milho está bastante atrasada no estado. Até agora 22,3% da produção já foram comercializadas, enquanto na mesma época do ano passado 46,8% da produção já haviam sido vendidos. “A comercialização está lenta e a estocagem será um fator crítico. Existe inclusive a possibilidade dos produtores pararem temporariamente a colheita do grão, por falta de espaço para armazená-lo”, explica o consultor.

Em Goiás, segundo estado visitado pela Expedição Milho Brasil, a situação não é diferente. Na passagem pelo Sudoeste do Estado, a equipe constatou que os silos instalados na região ainda estão lotados de soja e a perspectiva é de que a produção de milho não terá lugar garantido. “Há inclusive a possibilidade de ficar represada no campo, segurando os trabalhos de retirada do grão das lavouras durante o período de pico de colheita”, analisa Cassiano Ribeiro, coordenador da equipe.

Lavouras
No Oeste do Mato Grosso, apesar do milho ter sido semeado até o meio de março, fora da janela ideal de plantio, as lavouras surpreenderam. As chuvas boas na fase crucial de desenvolvimento devem promover uma produtividade média de 85 sacas por hectare, cinco abaixo da média do ciclo anterior, mas acima das expectativas para este inverno.

Já no Sudeste mato-grossense, a falta de chuva por mais de 10 dias deve fazer com que a produtividade caia um pouco. Segundo a Associação Dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), 80% das lavouras da região dependem de umidade para ter uma produtividade definida. Hoje, estima-se que sejam produzidas 100 sacas por hectare, 28 a menos do que no inverno passado. "Mesmo que as chuvas de maio não se confirmem, 50% do potencial produtivo dessas lavouras com déficit hídrico estão garantidos", avalia Luiz Tadeu Jordão, engenheiro agrônomo que acompanha a Expedição Milho.

Em Goiás, segundo levantamento da Expedição, o cenário não é dos melhores. As lavouras foram fortemente atacadas pela lagarta, que mostra resistência a defensivos inclusive em áreas cultivadas com alta tecnologia (transgênicos), que deveriam garantir o controle da praga. De forma geral, porém, a expectativa é de uma boa safra, mas também não maior que a do ano passado.
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