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Arnaldo Jardim participa de evento sobre Citricultura realizado na Fapesp

Seminário realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), na quinta-feira (3/11)


Seminário realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), na quinta-feira (3/11)

Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, participou de um seminário realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), na quinta-feira, 03 de novembro, na sede da entidade, em São Paulo. O evento “Do Básico ao Aplicado: apoio da Fapesp na Pesquisa em Citricultura” teve o objetivo de apresentar os avanços do conhecimento científico e tecnológico resultantes das pesquisas realizadas pelo Centro de Citricultura Sylvio Moreira, do Instituto Agronômico (IAC), um dos seis que compõem a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), base da pesquisa vinculada à Pasta, e reuniu representantes do poder público e da iniciativa privada, além de pesquisadores e estudantes.

Destinada a um setor que, conforme costuma destacar o governador Geraldo Alckmin sempre que surge uma oportunidade, “está salvando a lavoura”, a agropecuária encontra nos institutos da Secretaria de Agricultura pesquisas relativas ao custo de produção dos alimentos, a formação de preços, controle biológico de pragas e o desenvolvimento de novos cultivares e manejo que permita o abate precoce, reduzindo o investimento e a liberação de gases que produzem o efeito estufa; tecnologias que são levadas aos produtores, especialmente aos pequenos e médios, por meio da extensão rural, afirmou Arnaldo Jardim.  

O secretário fez questão de destacar o precioso apoio que a Fapesp tem dado aos projetos de pesquisa das instituições vinculadas à Pasta e declarou que espera que a parceria renda muito mais frutos no futuro próximo. Sempre preocupado em alavancar a investigação científica, Arnaldo Jardim citou a regulamentação do novo marco regulatório que permitiu a criação dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs), iniciativa que permitirá maior intercâmbio entre os centros produtores de conhecimento, indústria e organizações não governamentais.

A inovação não pode prescindir da pesquisa básica, reconheceu Arnaldo Jardim. No entanto, o saber ganha significado quando aplicado à realidade. “O Instituto de Economia Agrícola (IEA) acabou de divulgar um estudo baseado nos dados levantados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), revelando que a Citricultura é a que mais emprega dentro do segmento agrícola. Essa informação é imprescindível para elaboração de políticas públicas para o setor”, afirmou o secretário, ressaltando que a pesquisa aplicada é uma das principais características dos institutos vinculados à Pasta.

Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente da Fapesp, afirmou que a missão da entidade é contribuir para o desenvolvimento da pesquisa e destacou as parcerias de sucesso que vem estabelecendo com o Centro de Citricultura, que, segundo ele, tem uma função importantíssima na produção de mudas e do banco de germoplasma, além de manter um grupo de profissionais altamente especializados.

Corroborando as palavras do secretário, Marcos Antônio Machado, diretor do Centro de Citricultura, destacou que a pesquisa básica é essencial para a pesquisa aplicada. “O Centro de Citricultura tem como missão levar inovação ao citricultor. Para tanto, trabalha com pesquisa básica como os genomas de citros e seus patógenos, sem esquecer de gerar novas cultivares copa e porta-enxertos ”. Fundado há 88 anos, o Centro de Citricultura desenvolve trabalhos relacionados à produção de plantas, matrizes e viveiros, manejo e nutrição, biotecnologia, melhoramento genético e combate a doenças.

Palavra dos Parceiros

Geraldo César Killer, vice-presidente da Associação Brasileira de Citros de Mesa (ABCM), afirmou que os citros de mesa representam 25% da produção nacional de frutos. “A pesquisa é muito importante, o sucesso que temos hoje vem dos desafios vencidos. Nós já tivemos 28 mil propriedades dedicadas à produção de citros, hoje são 12 mil e esse número pode chegar a 5 ou 6 mil. Quem perdeu mais foram os pequenos citricultores, que produzem frutos de mesa”, pontuou, destacando a necessidade de que o Centro de Citricultura desenvolva variedades artesanais, que não são interessantes para os grandes produtores, mas que, com o apoio de um pacote tecnológico, podem aumentar bastante o rendimento dos pequenos produtores.

Alexandre Costa, diretor da Givauvan, empresa suíça fabricante de sabores, fragrâncias e ingredientes cosméticos, que, detém 25% das vendas do mercado internacional, afirmou que a parceria com o Centro de Citricultura teve início em 2010 e vem sendo renovada ano a ano. “O Citrus Trek é um processo de reprodução do aroma da fruta fresca. Nós optamos pelo Centro em função da variedade de frutos, da qualificação profissional e dos laboratórios acreditados internacionalmente. Tudo isso agrega valor ao nosso produto”, frisou. 

Outro usuário bastante satisfeito com as tecnologias geradas pelo Centro de Citricultura é César Graf, produtor de mudas e fundador da Citrusgraf Mudas. De acordo com o viveirista, as normas sanitárias baixadas pela Secretaria de Agricultura foram fundamentais para garantir a saudabilidade do setor. “Nossos viveiros são certificados pela ISSO 9001 e todo material genético é fornecido pelo Sylvio Moreira e utilizamos os laboratórios do Centro para desenvolver novas matrizes”, afirmou. 

Eduardo Figueiredo é diretor de Marketing da Citrosuco, empresa fundada há 35 anos, que em 2006, a partir da fusão entre o Grupo Fischer e a Votorantim, tornou-se a maior empresa brasileira do setor de citros, com quatro fábricas em São Paulo e uma na Flórida (EUA) e capacidade de processamento de 40% do suco exportado pelo Brasil. Figueiredo destaca o programa de porta-enxerto, o banco de germoplasma e o fornecimento de borbulhas e sementes como os principais serviços, além da limpeza e indexação de matrizes selecionadas para o desenvolvimento da nova variedade Pera Rio Citrovita, resistente a tristeza dos citros, que permitiu que a empresa fosse uma das primeiras a conseguir manter a estrutura produtiva isenta da bactéria.

A pesquisadora Simone Picchi, fundadora da Cia Camp, desenvolveu estudo referente a utilização de moléculas antioxidantes no controle de doenças em plantas: o N-acetil-cisteína (NAC), uma substância desenvolvida como remédio para seres humanos, dentro do programa de Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe) da Fapesp. O produto é eficaz no tratamento e prevenção do cancro cítrico, uma das principais pragas que acometem a cultura. “As plantas infectadas tratadas com o NAC apresentaram aumento 14 quilos de fruto em relação às tratadas com cobre. Mas, ainda é necessário um acompanhamento das safras para comprovar a eficácia do produto”, afirmou Picchi, destacando que a partir de 2018 o produto estará disponível no mercado.

Também participaram do evento: Orlando Melo de Castro, coordenador da Apta; Sergio Augusto Morais Carbonell, diretor do IAC; Alberto Amorim, secretário-executivo das Câmara Setoriais da Secretaria de Agricultura; Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp; e Marcelo Augusto Boechat Morandi, chefe geral da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). 

Por: Nara Guimarães

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