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Arroz: Preços ligeiramente menores na primeira semana de outubro

Valorização do arroz beneficiado ao produtor, aumenta pressão sobre preços do casca


Desvalorização é mínima. Com a chegada do prazo final para pagamento de custeio de produtores, entre 15 e 20 de outubro, é esperado o aumento da oferta por parte dos produtores e uma ligeira queda nas cotações nos próximos 10 a 15 dias

Se terminou o mês cotada a R$ 39,34 a saca de arroz em casca (58x10) pelo indicador de preços de arroz em casca Esalq/Bolsa Brasileira de Mercadorias – BM&F/Bovespa, registrando valorização de 10,83% em setembro, na primeira semana de outubro chegou a valorizar até cinco centavos, até a quarta-feira, 03/10. No entanto, nesta sexta-feira, a cotação referencial do arroz em casca no Sul do Brasil indicou R$ 39,30 para a saca colocada na indústria, com pagamento à vista, acumulando 0,15% de baixa. Os analistas ouvidos por Planeta Arroz consideram que três são os fatores secundários que determinaram este comportamento: o veto, pela Presidente Dilma Rousseff, à volta da cobrança de PIS/Cofins sobre o arroz importado, que era dado como certo pelo setor produtivo, a pressão da grande imprensa sobre o repasse dos preços ao consumidor final, e a expectativa de que a Conab entre, agora, com leilões de estoques mais novos e melhor localizados.

O maior responsável por esta leve queda na semana inicial de outubro, no entanto, é um aumento da oferta de grão para as indústrias, pelo produtor, uma vez que vencem os contratos de custeio 2011/12, que não foram prorrogados. Apesar de anunciar, o governo federal não conseguiu criar um mecanismo de refinanciamento das dívidas dos arrozeiros, que chegam a R$ 3,1 bilhão, e os produtores que não cumpriram o pagamento parcelado, precisarão quitar todo o montante do financiamento de custeio entre 15 e 20 de outubro. Essa pressão sobre o produtor pode ser responsável por uma leve queda nos preços praticados no mercado do arroz em casca pelo menos nas próximas duas semanas, em função da tendência de um aumento da oferta de cereal pelo produtor, que precisa de dinheiro em mãos para zerar seus empréstimos. O governo federal acabou se envolvendo demasiadamente com as eleições municipais, que desmobilizou Brasília, e o programa de refinanciamento só deverá ser anunciado próximo da safra 2012/13, segundo fontes extra-oficiais.

A expectativa do setor produtivo é de que boas notícias como um bom resultado nas exportações e as aquisições de arroz em preços próximos do mercado nos leilões da Conab, mantenham o patamar de preços próximos dos atuais, pois consideram que os fatores fundamentais continuam inalterados. A expectativa segue sendo de uma safra menor no Mercosul e de que o Brasil entre 2013 com os menores estoques em cinco anos. As chuvas que têm ocorrido no Rio Grande do Sul ainda mantêm algumas regiões com déficit hídrico. E as notícias de perda de força do El Niño mantêm uma expectativa de problemas para a irrigação, o que também pode afetar a qualidade da safra doméstica.

Neste cenário, o mercado livre de arroz gaúcho tem preços firmes, com cotações entre R$ 38,00 e R$ 39,50, dependendo do tipo de contrato e do padrão do arroz. No Litoral Norte as variedades nobres (64x6) são remuneradas na faixa de R$ 44,00 a R$ 46,00 por saca, com apreciação de R$ 2,50 na semana. Na próxima semana a Conab deve divulgar a sua primeira previsão de safra para o arroz 2012/13, o que terá peso importante na formação de preços ao longo desta entressafra.

MERCADO

A Corretora Mercado, de Porto Alegre, indica valorização de 50 centavos no preço referencial da saca de 50 quilos de arroz em casca (58x10) no mercado gaúcho em uma semana, agora cotada a R$ 39,50. A saca de 60 quilos de arroz branco valorizou R$ 4,00, para R$ 80,00 sem ICMS/FOB e chega a São Paulo entre R$ 95,00 e R$ 102,00 com os tributos. Os quebrados de arroz também registraram alta, com o canjicão referenciado a mais R$ 1,00, em R$ 39,00 e a quirera, com ganho de R$ 2,00, em R$ 36,00, ambos em sacas de 60 quilos (FOB/RS). O farelo de arroz, FOB/Arroio do Meio (RS), manteve-se com cotação estável de R$ 380,00 por tonelada.

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