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Arroz do IAC para sushi chega em 2004


Produto resulta de mais de dez anos de pesquisa e terá preço ao consumidor mais baixo. Chegam no próximo ano ao marcado as sementes de um novo tipo de arroz desenvolvido pelo IAC (Instituto Agronômico de Campinas), órgão da Secretaria da Agricultura de São Paulo, próprio para a elaboração de pratos da culinária japonesa, especialmente o sushi. A nova variedade de arroz do IAC é a primeira desse tipo selecionada para o cultivo em São Paulo e sua qualidade foi testada pela colônia japonesa.

"Esse tipo de arroz é o que apresenta maior demanda dentre os tipos especiais Z", diz o pesquisador, Cândido Ricardo Bastos, diretor-geral do IAC, que chefiou as pesquisas. Os demais tipos especiais, também com boa presença no mercado, são o arroz aromático e o exótico, utilizados na culinária oriental, como a indiana e a tailandesa, e o arbóreo, para risotos.

"São Paulo tem condições de clima favoráveis para esse tipo de arroz, com padrão compatível com a produção da melhor região do Japão", afirma Bastos. Por enquanto, as variedades cultivadas no estado vêm de outras regiões ou são importadas. "Esse fator, além de encarecer o produto, tem outra agravante: as variedades importadas não são adequadas para as características de solo e clima paulistas, além de ser suscetíveis a doenças", completa.

O objetivo da pesquisa, iniciada no IAC em 1992, foi desenvolver uma variedade com características culinárias de padrão internacional, tipo Koshihikari, e com qualidade agronômica, garantindo resistência e produtividade adequadas às condições de solo e clima de São Paulo. Segundo o pesquisador, a nova variedade IAC tem qualidade excelente, comparada aos melhores importados. Em termos de resistência, a variedade é apenas moderadamente suscetível à brusone, principal doença que ataca o arroz, enquanto as sementes importadas são altamente sensíveis.

"A variedade apresentou uma produtividade média de 5,2 mil quilos por hectare, equivalente aos tipos tradicionais. Para arroz especial, essa produtividade é considerada excelente", diz Bastos. As sementes importadas não ultrapassam 2 mil quilos por hectare. Os testes de qualidade e produtividade foram feitos durante três anos no Vale do Ribeira, Vale do Paraíba e Mococa. Outras características da variedade são ciclo intermediário, de 120 a 130 dias do plantio à colheita, porte baixo, com 97 cm em média, e grão médio, com 5 ou 6 milímetros de comprimento.

Sem precisar investir

A forma de cultivo é o plantio tradicional de arroz de várzea. "O produtor de arroz irrigado não precisa mudar nada, não é necessário investir em nada - é uma simples troca de uma variedade por outra", afirma Bastos. "Com esta, o agricultor tem a expectativa de ter um ganho superior ao obtido com o arroz tradicional, que chega a ser cinco vezes mais barato que o arroz do tipo especial."

Bastos salienta ainda que uma das vantagens da variedade é a garantia de continuidade no mercado já conquistado. "O produtor e a indústria não ficarão na dependência de importações, cuja estabilidade de fornecimento depende da variação cambial e de políticas de importação; para o consumidor, o preço deve baixar, por ser um produto nacional." O Programa de Melhoramento de Arroz do IAC funciona desde 1935. Nos últimos dez anos, seis novas variedades foram selecionadas, sendo cinco do tipo tradicional e uma do especial. A última variedade lançada, em 2001, é a IAC 500, arroz aromático, também do tipo especial.(

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