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Arrozeiros do RS querem suspensão da importação da Argentina e do Uruguai


Produtores rurais da região de Cachoeira do Sul (RS) querem a suspensão imediata da importação de arroz da Argentina e do Uruguai. Segundo representantes do agronegócio local, o alto custo de produção e o baixo valor de venda do produto brasileiro fazem com que o arroz gaúcho perca competitividade em relação aos grãos argentinos e uruguaios. "Os preços do arroz e do trigo, por exemplo, estão muito mais baixos do que o custo da lavoura", garante o secretário municipal de Agricultura, José Derly Pereira Morales.

O tema foi discutido na reunião da Comissão de Agricultura e Cooperativismo da Assembléia Legislativa, na Câmara de Vereadores de Cachoeira do Sul, para onde as atividades do Parlamento gaúcho foram transferidas nesta quinta-feira (02-12), dentro do projeto de interiorização da Casa.

Só para se ter uma idéia do desequilíbrio nos valores de produção e venda, uma saca de 60 quilos de arroz custa R$ 30, mas é negociada no mercado nacional a R$ 24, em média - prejuízo de R$ 6 por saca. O mesmo ocorre com o trigo, que hoje tem um custo de produção de R$ 28,00 (saca de 60 quilos), mas é vendido a R$ 17, em média. A situação se agrava com a concorrência dos grãos argentinos e uruguaios, que entram no país a preços mais baixos.

"Isso ocorre porque naqueles países os produtores não pagam tantos impostos, como ICMS e PIS, entre outros. Além disso, recebem subsídios dos governos", compara o agricultor e presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cachoeira do Sul, José Vasconcelos de Almeida.

Agropecuaristas da região querem que o governo federal suspenda imediatamente a importação dos produtos dos países vizinhos. "Na situação atual, não há como concorrer com ninguém", afirma Morales. "Ou o governo suspende a importação, ou oferece aos produtores gaúchos as mesmas condições que argentinos e uruguaios têm para plantar", acrescentou Almeida.

De acordo com o deputado Jerônimo Goergen (PP), presidente da Comissão de Agricultura da Assembléia, são justas as reivindicações dos produtores de Cachoeira do Sul. "O que está ocorrendo é uma concorrência desleal. E isso precisa ser reavaliado", diz o parlamentar, garantindo que pretende levar o assunto aos governos estadual e federal.

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