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Artigo: Quando comprar fertilizantes?

A questão embute uma dúvida, sobre qual será a relação de troca entre preços de produtos agrícolas versus preços de insumos


Nos últimos anos, independentemente da época agronômica de quando devem ser feitas as adubações de plantio, reposição ou cobertura, temos sido questionados sobre qual seria o momento certo para se adquirir fertilizantes minerais.

A questão embute uma dúvida, e esta é imprevisível, sobre qual será a relação de troca entre preços de produtos agrícolas versus preços de insumos hoje, e no futuro. Impossível responder.

Algumas dicas e constatações, entretanto, devem ser consideradas:

- Num mercado sazonal como são todos os produtos agropecuários, é sempre mais inteligente estar no contra-fluxo em que vai todo o mercado. Assim, na maioria histórica do mercado brasileiro (veja gráfico com os percentuais sazonais de entregas de fertilizantes) o primeiro semestre tem sempre uma menor pressão de demanda do que o segundo semestre (repare na média dos últimos 15 anos).
 

- No sentido contrário, fica absolutamente claro entender porque os preços e, sobretudo, os fretes se elevam na medida em que as chuvas e a safra de verão vão acontecendo no agronegócio brasileiro.

- Dentro deste mesmo pressuposto, está também acoplada a economia gerada pelo frete retorno; assim, é visível e crescente o movimento de: “vai” grãos para os portos ou armazéns e ”vem” os fertilizantes e outros insumos para as propriedades rurais.

- Outro componente que já foi fundamental no mercado de insumos, e que cada vez pesa menos no processo decisório, é a liberação do crédito rural. Nos dias de hoje esse volume de recursos oficiais – 1/3 do total necessário – acaba funcionando como tiro de largada para a safra e para a aquisição de fertilizantes. Inteligentemente o Banco do Brasil tem procurado liberar parcelas antecipadas desses recursos.

- A maior parte dos fertilizantes e seus nutrientes, respeitadas rigorosamente todas as condições ideais de armazenagem(ex: área coberta, sob palets, pilhas com menos de 20 sacos de altura, etc.) têm suas características físicas e químicas totalmente preservadas. Desta forma, guardá-los por algum tempo não traz qualquer prejuízo ou dano ao produtor. Por outro lado, vale lembrar que fertilizantes não são como vinhos que quanto mais velhos tendem a ter maior valor e melhor sabor.

- Por fim, talvez desnecessário, mas é importante lembrar de um costume atávico da cultura brasileira – deixar tudo para a última hora... Aí sim, surgem os gargalos logísticos, as filas, os fretes mais caros, os atrasos nas entregas, as reclamações e a maior incidência do famigerado “custo Brasil”.

Concluindo, em favor da racionalidade e dentro do princípio da minimização de riscos vale aqui também lembrarmos ao produtor o conceito de preço médio, ou seja, em havendo possibilidades faça compra(s) parcelada(s) de suas necessidades; deixe para “mais em cima da hora” somente os pequenos ajustes de quantidade de fertilizantes para a área faltante, a média acaba significando a garantia de sua melhor safra.
 
Desta forma, bom trabalho, bons negócios, e boa safra!

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