A solução para os problemas com o preço pago ao pecuarista está, segundo o presidente da ASCN (Associação Sul-mato-grossense dos Criadores de Nelore), Ulysses Serra Neto, na criação de uma agência reguladora para o mercado da carne e atuação do pecuarista através de cooperativas.
Para Serra Neto, a estratégia de segurar o boi no pasto não atinge o mercado porque os frigoríficos estão preparados e prova disso são confinamentos que chegam a 100 mil cabeças. Além disso, segundo ele, é difícil estabelecer o boicote porque os criadores têm compromissos a saldar e especialmente neste período de baixa precisam de capital de giro.
Segundo a associação, o produtor, por sua vez, deve correr o risco do mercado e se lançar nele se quiser interferir nos preços.
Para ele, a simples criação de uma central de vendas não surtiria efeito no mercado. “Se for captar o boi e vender ao frigorífico não vejo diferença a não ser facilitar o trabalho da compra”, observa.
O presidente da ASCN acredita que o momento tenha suscitado uma discussão importante, em torno da necessidade de articulação da classe produtora. Ele lembra que historicamente a classe tem se mostrado desunida e a indústria trabalha com essa informação.
Segundo a assessoria de imprensa da associação, em março a ASCN vai promover uma assembléia e deve deliberar sobre o estudo de viabilidade do frigorífico do produtor.