Aumenta incidência de ferrugem asiática na soja

A Embrapa registrou até ontem (15-01) 448 focos de ferrugem nas lavouras comerciais brasileiras de soja. Dessas, 329 só nos primeiros 15 dias de janeiro. O Paraná lidera a lista com 251 focos, seguido de Mato Grosso do Sul, com 93, e Bahia com 30 registros. Condição climática chuvosa vem motivando o aumento de casos no mês de janeiro. Na Bahia, por exemplo, as precipitações estão favoráveis ao desenvolvimento da cultura, no entanto, também para a disseminação dos focos, segundo a pesquisadora da Fundação Bahia, Mônica Cagnin Martins.

"As chuvas desse ano no estado começaram mais cedo. Por isso, o produtor começou a plantar mais cedo. O problema é que os focos também foram mais precoces do que no ano anterior", conta a pesquisadora. Na safra passada, houve um veranico de cerca de 20 dias na Bahia, o que causou uma certa estagnação na disseminação do número de casos, de acordo com a pesquisadora. Ainda assim, em 2005/06, foram registrados 161 focos de ferrugem nas lavouras baianas, segundo dados da Embrapa Soja.

Ela acredita que se as chuvas continuarem nas regiões produtoras haverá disseminação mais rápida da doença, o que demandará mais cuidados do produtor e, talvez, necessidade de aplicações de fungicidas acima do estimado.

"Normalmente o produtor se programa para duas pulverizações. Na safra passada, a média foi de 1,7. Talvez algumas lavouras superem as duas aplicações, pois nesta safra, a ferrugem apareceu muito precocemente", avalia. Na safra passada, o primeiro foco apareceu no dia 16 de janeiro nas lavouras baianas. Nesta safra, segundo explica a pesquisadora, surgiu mais cedo, no final de dezembro. "Além do mais, por conta da seca no ano passado, não houve muita disseminação", recorda.

Até agora, o estado de Goiás registrou 24 focos, Mato Grosso, 11 e São Paulo, 18 focos. No Rio Grande do Sul, estado campeão em número de focos na safra passada, foram apenas seis até agora. Na safra passada, foram 1419 focos registrado em todo o Brasil.